Primeira Escola de Formação em Agroecologia e Biopoder Camponês no Rio de Janeiro recebeu Sebastião Pinheiro
Além das aulas práticas, a programação incluiu momentos que incentivaram a troca de experiências e conhecimentos entre os participantes.
Por Movimento dos Pequenos Agricultores
Entre os dias 22 e 25 de julho de 2024, no Quilombo Santa Justina e Santa Izabel, em Mangaratiba, Rio de Janeiro, aconteceu a Primeira Escola de Formação em Agroecologia e Biopoder Camponês. O evento, organizado pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), contou com a presença de Sebastião Pinheiro, renomado militante em defesa dos camponeses e camponesas na luta pelo direito à terra, pela produção de alimentos sem agrotóxicos e transgênicos. Além dele, o companheiro Kássio, da juventude do MPA de Pernambuco, que vem acompanhando os cursos do Sebastião Pinheiro. O último dia do encontro foi marcado por uma roda de conversa sobre Biopoder Camponês e Soberania Alimentar na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFFRJ).
A escola visou capacitar camponeses e camponesas, quilombolas, assentados da reforma agrária e militantes do MPA, oferecendo uma formação abrangente que inclui produção de bioinsumos, Cromatografia, manejo e saúde do solo e conservação de sementes crioulas. Além das aulas práticas, a programação incluiu momentos que incentivaram a troca de experiências e conhecimentos entre os participantes.
A participação de Sebastião Pinheiro foi destaque da escola. Conhecido por sua vasta experiência e contribuição ao movimento camponeses pela América Latina, Pinheiro abordou temas como a importância do biopoder camponês, práticas agroecológicas inovadoras e a defesa dos direitos dos agricultores frente ao agronegócio. Sua presença enriqueceu o debate e inspirou os participantes a adotarem práticas que possam construir Biopoder camponês nos territórios.
O Quilombo Santa Izabel e Santa Justina, local escolhido para sediar a escola, é um símbolo de resistência e luta pelos direitos dos povos tradicionais. A região oferece um ambiente propício para a prática da agroecologia, com sua rica biodiversidade e história de luta pela terra e território.
Além das atividades formativas, a escola proporcionou momentos de integração cultural e comunitária, fortalecendo os laços entre os participantes e promovendo a solidariedade e a cooperação. Ao final do evento, os agricultores estavam mais preparados para aplicar os conhecimentos adquiridos em suas unidades de produção, contribuindo para construção da agroecologia camponesa e abastecimento popular.
Este evento marcou um importante passo para o MPA no Rio Janeiro, reforçando a importância da organização popular na ação para a transformação social, política, econômica e ambiental. “A presença de Sebastião Pinheiro é um grande incentivo para todos nós. Sua experiência e conhecimento serão fundamentais para fortalecer nossa luta por uma agricultura camponesa capaz lutar contra o capital”, destaca Andresa Paiva da direção estadual do MPA.
A Primeira Escola de Formação em Agroecologia e Biopoder Camponês foi um marco na história do MPA no Rio de Janeiro, promovendo a capacitação, a resistência e a construção política para lutar contra o agronegócio.