Presidente da COP29 pede ajuda do Brasil para destravar negociações em Baku
Negociadores brasileiros e britânicos foram convocados para facilitar diálogo entre quase 200 países, comprovando que possibilidade de acordo na cúpula do clima continua muito distante.
A presidência da COP29 pediu a ajuda do Brasil e do Reino Unido para tentar destravar as negociações na cúpula, especialmente sobre financiamento de ações contra as mudanças climáticas.
O pedido comprova que os quase 200 países presentes na cúpula do clima, em Baku, no Azerbaijão, continuam muito longe de qualquer tipo de acordo sobre valores e critérios de pagamentos envolvidos nas ações climáticas – tanto que a presidência precisa desse apoio externo para tentar forçar avanços no diálogo.
O presidente da COP, Mukhtar Babayev, explicou os critérios que utilizou para definir os dois países escalados para a missão.
“O Brasil vai sediar a próxima COP e é um dos grandes países em desenvolvimento no debate. E o Reino Unido foi o último país desenvolvido a sediar uma COP” (em Glasgow, na Escócia, em 2021), disse ele.
Brasil e Reino Unido, que costumam ter participação destacada nas cúpulas do clima, também largaram na frente nas discussões desta COP29.
Os dois países estiveram entre os primeiros a apresentar suas novas metas para o combate das mudanças climáticas, as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) – dando um exemplo a ser seguido pelas outras nações.
Os negociadores brasileiros têm sido muito ativos nas últimas COPs e têm bom trânsito com praticamente todas as nações, o que ajudaria no trabalho de convencimento dos governos que têm sido pouco flexíveis nas discussões.
A grande questão a ser resolvida nesta COP é a do financiamento global para o combate às mudanças climáticas.
No entanto, o movimento ambientalista ainda tem dúvidas sobre a forma como o Brasil irá implementar estes objectivos e como este trabalho se irá desenvolver até à COP30 do próximo ano em Belém.
Ou seja, a cúpula precisa decidir questões como:
– Qual será o valor global para financiar as ações climáticas, especialmente as dos países mais pobres e mais vulneráveis?
– Que países pagariam essa conta?
– Quais os critérios para uma nação ter acesso a esses recursos e quais ações poderiam ser financiadas?
– Que órgão vai fiscalizar se esses pagamentos foram de fato feitos e comprovar se as metas estão sendo atingidas?
No momento, não existe nenhum consenso sobre qualquer uma dessas questões.
Com informações da CNN