Presidente da Câmara de Quatis-RJ sofre ataques contra seu mandato por ter dado um beijo no namorado
Vereador William Carvalho está sendo ameaçado de ter seu mandato cassado por ter beijado seu namorado em evento contra a homofobia
Por Mauro Utida
A violência de gênero na política invadiu a Câmara da pequena cidade de Quatis, cidade do Sul Fluminense, e o presidente da Casa, Willian Carvalho, está ameaçado de ter seu mandato cassado por ter dado um selinho no seu namorado durante um evento que tinha o objetivo de combater a LGBTfobia.
Um munícipe, aliado a grupos políticos conservadores da cidade, entrou com um requerimento na Câmara pedindo a cassação de Willian por ter beijado o namorado, além de ter homenageado uma mulher trans no Dia da Mulher e por ter recebido o MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra) para uma reunião na Casa Legislativa. “Esta pessoa alega que ofendi às mulheres por homenagear uma trans, decoro parlamentar por ter beijado meu namorado e expressão de ideologias por ter me reunido com o MST”, explica Willian.
Vereadores conservadores da Casa tentam levar o requerimento do munícipe para a Comissão de Ética para tentar a cassação do mandato. O grupo extremista não aceita a presença de Willian no Legislativo desde 2020, quando ele recebeu a votação mais expressiva da história da cidade e um ano depois foi o vereador mais jovem a assumir presidência da Câmara.
Willian tem 31 anos, é negro, homossexual e morador da parte periférica de Quatis. O beijo que gerou toda discussão aconteceu no dia 30 de junho em encontro que fazia parte do programa Rio de Janeiro Sem Lgbtifobia para capacitação, discussão de atendimento e políticas públicas para a população LGBTIQPA+ da cidade do Sul Fluminense.
Veja o vídeo:
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O presidente da Câmara de Quatis acredita que a pressão deve continuar nos próximos dias, mas os trâmites regimentais para resposta ao requerimento está em execução e deve ser apresentado em até sete dias, informou.
A equipe de Willian Carvalho está produzindo um vídeo para mostrar a violência de gênero dentro do espaço de poder e denunciar os agressores. “Não é aceitável que uma demonstração de carinho seja motivo de punição, ainda mais em um encontro que tinha o objetivo de combater esse tipo de preconceito”, acrescentou.