Stiglitz afirmou que o Brasil possui uma posição vantajosa em comparação com muitos países emergentes devido à sua arrecadação fiscal média

Prêmio Nobel de Economia e Professor Joseph Stiglitz. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O renomado economista Joseph Stiglitz, laureado com o Prêmio Nobel de Economia e professor da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, enfatizou a necessidade de implementar a taxação dos super-ricos no Brasil como um meio eficaz de combater as crescentes desigualdades. Durante sua visita a Brasília, Stiglitz participou do seminário “Tributação e Desigualdades do Sul Global: Diálogos sobre Justiça Fiscal,” promovido pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e pela Oxfam Brasil.

O economista argumentou que a tributação dos super-ricos é fundamental para financiar a redistribuição de renda e promover justiça econômica e social em uma democracia plenamente desenvolvida. Stiglitz ressaltou que, embora algumas pessoas super-ricas reconheçam a necessidade de tributação mais justa, muitos só aceitam pagar impostos quando todos os outros também o fazem.

Além da taxação dos super-ricos, Stiglitz destacou a importância de aprovar uma reforma tributária no Brasil que reduza a tributação sobre o consumo. Ele enfatizou que essa reforma é crucial para financiar a transição para fontes de energia renovável e o desenvolvimento sustentável em um contexto de desaceleração econômica global.

Stiglitz afirmou que o Brasil possui uma posição vantajosa em comparação com muitos países emergentes devido à sua arrecadação fiscal média, mas ressaltou que essa arrecadação é mal distribuída, penalizando desproporcionalmente os mais pobres em relação à renda.

O economista também apontou que a influência dos super-ricos na política é o principal obstáculo para reformas tributárias justas, resultando em um sistema regressivo em que os menos favorecidos pagam uma parcela maior de impostos em relação aos ricos e super-ricos.

Por fim, o economista salientou que os países do sul global não foram ouvidos no processo de reforma tributária da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), resultando em um acordo injusto que favorece as nações mais ricas. Ele encorajou o Brasil, na posição de liderança no G20, a retomar o debate e buscar bases mais equitativas para a reforma tributária global.

*Com informações da Agência Brasil