Aiala Colares, Sandoval Amparo, Maria Betânia B. Albuquerque e Wladimyr Sena Araújo receberam com alegria a notícia de que estavam concorrendo ao Prêmio Jabuti, o mais tradicional prêmio literário do Brasil, concedido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL).

A lista com os nomes foi divulgada no site oficial da premiação, que é tradicionalmente voltada para a literatura, e agora também abrange o Prêmio Jabuti Acadêmico para reconhecer contribuições significativas nas áreas científicas, técnicas e profissionais.

O professor Aiala Colares, da Universidade do Estado do Pará (Uepa), é quilombola e concorre com o livro “Geopolítica do narcotráfico na Amazônia”, que ajuda a entender como o tráfico de drogas se expandiu pelo território amazônico.

Aiala contou ao G1 que, apesar de ser quilombola, mudou-se para Belém ainda jovem, onde sempre viveu nas periferias e presenciou de perto como a criminalidade e o tráfico de drogas afetam a vida das pessoas.

O também professor Geografia da Uepa Sandoval Amparo é autor do livro “Da ordem cósmica à desordem territorial: a geograficidade ameríndia no chão de Abya Yala ou América Latina”.

Em entrevista para a Agência Pará, ele disse estar feliz com a notícia, especialmente por ser de Conceição do Araguaia, município que fica a 15h de Belém: “um reconhecimento ao trabalho de formiguinha que a gente procura fazer na periferia da periferia, por assim dizer, porque o Brasil é periferia do mundo, a Amazônia é a periferia brasileira, e eu, aqui em Conceição do Araguaia, estou na periferia da própria Amazônia”, disse.

Já a obra “Mestres da ayahuasca: em contextos religiosos”, organizada por Maria Betânia B. Albuquerque e Wladimyr Sena Araújo, é finalista na categoria “Ciências da Religião e Teologia”.

Para Maria, é “muito significativo que, em meio a tantas religiões, o prêmio dê visibilidade a uma religião da floresta, de tradições ancestrais, indígenas, criada na Amazônia, por homens e mulheres simples, trabalhadores dos seringais”, contou.