Por Terra e por Lula: caravana roda 3.000 KM em direção a Porto Alegre
Caravana da Terra, que veio do Distrito Federal para Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em defesa da candidatura de Lula nas eleições presidenciais deste ano
Passavam das três da madrugada quando a Caravana da Terra estacionou em Anchieta, município do oeste catarinense. Lá, fomos recebidos pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). A cidade é expoente do trabalho desenvolvido em prol da agricultura familiar.
Além da produção de grãos e hortaliças, o município também se destaca pela piscicultura. Em outras palavras, um ideal a ser perseguido.
Desde sábado, 20 de janeiro, a Caravana da Terra ruma com destino a Porto Alegre. Irá se juntar aos outros movimentos em defesa da Democracia e pelo direito do povo votar em seus representantes.
A viagem está sendo deveras cansativa. Mas, ao mesmo tempo, revigorante. E isto se deve à possibilidade de reconexão com o Brasil profundo, aquele que representa a gente que faz esse País caminhar.
O golpe trouxe uma imensa agenda de retrocessos. Mas também mostrou a capacidade do nosso povo. São mais de 4 mil caravanas presentes em Porto Alegre. Todas com o objetivo de defender o legado dos governos democráticos e populares iniciados com Lula em 2003.
Não se defende um nome. Quem está em POA defende um ideal de sociedade mais plural e inclusiva. Personificada em um projeto político encabeçado por um líder popular forjado na luta contra a ditadura. Um brasileiro como a gente.
Independentemente do que virá, é sabido o porvir. A sociedade brasileira vivenciou em um passado recente a experiência de ser ela mesma, isto é, dinâmica, diversificada e pulsante. E gostou de saber de sua plenitude.
Lula não é um nome. Lula é a esperança de um amanhã melhor. Para bem além do personalismo, o que se persegue é a nossa brasilidade. A pujança dessa gente miscigenada e criativa. Uma turma que experimentou o sabor da cidadania. E gostou.
Essa exuberância de povo que agora ocupa as ruas na defesa dos seus direitos é a gênese do Brasil que o povo quer. E que rompeu o ciclo de natimortos.
É isso que não perdoam. É isso que querem exterminar. Eles tentaram nos enterrar. Mal sabiam eles que nós éramos sementes.
Fotos e Texto por Renato Cortez, repórter NINJA em cobertura especial da Caravana.