O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) anunciou, através de uma nota oficial, o adiamento de seu VII Congresso Nacional para julho de 2025. A decisão foi tomada em solidariedade ao povo do Rio Grande do Sul, que enfrenta momentos de dor e luto devido a uma recente catástrofe ambiental.

Compromisso e solidariedade

Em comunicado, o MST enfatizou que o adiamento do congresso não significa uma pausa nas atividades, mas sim uma reafirmação do compromisso do movimento com aqueles que mais precisam. A organização pretende canalizar toda a sua energia, recursos e conhecimentos adquiridos ao longo de seus 40 anos de história para apoiar as comunidades afetadas no estado sulista. Isso incluirá a oferta de trabalho solidário, alimentos, organização e apoio humano.

A nota do MST destaca que, em tempos de adversidade, a solidariedade deve se transformar em ação concreta. O movimento se une à sociedade para exigir políticas públicas efetivas e iniciativas governamentais que atendam às necessidades urgentes da população atingida. O MST planeja organizar brigadas de apoio em várias áreas para ajudar na reconstrução das comunidades afetadas, contribuindo para uma nova memória e história para as famílias atingidas.

Crítica ao modelo de desenvolvimento capitalista

O movimento também aproveitou a oportunidade para criticar o modelo de desenvolvimento capitalista e o agronegócio, apontando-os como responsáveis pelo agravamento dos eventos climáticos extremos. Segundo o MST, a catástrofe no Rio Grande do Sul é uma tragédia anunciada, resultante da concentração de terras, desmatamentos, uso intensivo de agrotóxicos e outras práticas prejudiciais ao meio ambiente.

Diante desse cenário, o MST reafirma seu compromisso com a construção da Reforma Agrária Popular, baseada na agroecologia, cooperação e democratização da terra, com foco no ser humano e na natureza. O adiamento do congresso permitirá um aprofundamento dos debates sobre a questão ambiental e o enraizamento do programa agrário do movimento.

Por fim, o MST convoca toda a sua militância, famílias acampadas e assentadas, além de amigos e organizações populares, a se envolverem em um amplo processo de trabalho de base, organização, formação e luta.