Atriz, diretora teatral e ativista cultural, Cida Falabella quer levar a experiência na Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte à Assembleia Legislativa em disputa por uma vaga como deputada estadual pelo PSOL em Minas Gerais. Com campanha pelos direitos humanos, meio ambiente e questões de gênero, a principal pauta política de Cida é valorização da cultura como desenvolvimento econômico e político do Estado.

“A violência política está instituída de uma maneira muito forte sobretudo contra a arte e os artistas, sobre os corpos dissidentes, os corpos negros, os corpos LGBTQIA+”, disse Cida. “E a gente fica muito impressionado como a arte ameaça o poder, sobretudo o fascismo. E isso nos instiga a querer estar realmente nesta luta, mostrando que a arte, na verdade, é uma forma de enxergar o mundo, de fazer o mundo melhor pra todo mundo”.

Antes de atuar na política institucional, Cida acumula uma vasta experiência nas artes, especialmente como diretora de teatro. Em 2002 fundou a ZAP 18 em Belo Horizonte, um dos mais expoentes espaços e grupos teatrais no que se refere às artes nas comunidades com forte teor social e político. “Lá nós trabalhamos com a juventude, com as mulheres, a partir de ensinamentos de Brecht, de Boal, um teatro de cunho bastante político”, afirma.

“Por tudo isso eu me interessei em ocupar institucionalmente a política, trazendo a cultura para o centro do debate desde 2017, quando fomos eleitas”, disse. “E também agora, porque na Assembleia Legislativa não existe nenhuma representação de uma artista, de uma mulher da cultura”.

Cida, além de ter integrado o Conselho Municipal de Cultura de Belo Horizonte, no biênio 2011-2012, e estar na linha de frente da luta contra a censura e a ditadura militar, inovou no legislativo ao criar, junto com Áurea Carolina, a experiência de um mandato coletivo – a Gabinetona.

Para o novo mandato, Cida luta por uma recriação da Secretaria de Cultura em Minas Gerais, citando a retomada das políticas de Cultura Viva, a fiscalização dessas políticas e a ampliação do orçamento.

“Shakespeare fala que nós somos feitos da mesma matéria que os sonhos. Então acho que a gente, pra conseguir construir um outro mundo, a gente precisa começar a sonhá-lo, a imaginá-lo”.

Campanha de Mulher

Esta entrevista faz parte da Campanha de Mulher, projeto autônomo de visibilidade para candidaturas feministas da ELLA – Rede Internacional de Feminismos.

A Campanha de Mulher é um trabalho informativo voltado ao interesse público, não configurando assim uma propaganda eleitoral. Reafirmamos nosso comprometimento com a defesa da democracia e com as pautas defendidas pelas candidaturas progressistas.

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