Polícia prende diretoras de escola investigada por maus-tratos em crianças
Roberta Regina Rossi Serme esteve foragida durante um mês e continua a negar as acusações
Roberta Regina Rossi Serme, de 40 anos, diretora da Escola de Educação Infantil Colmeia Mágica, em São Paulo, se entregou à polícia na noite desta quinta-feira (28). Ela estava foragida há mais de um mês e deve ser levada à Penitenciária Feminina de Tremembé, em São Paulo, onde já foi levada a pedagoga Fernanda Carolina Rossi Serme, presa na última segunda-feira (25/4). Elas são investigadas por uma série de maus-tratos contra as crianças da escola, incluindo tortura, após denúncias de pais e responsáveis.
Ambas estão sob prisão preventiva. Roberta já passou por audiência de custódia no 1º Distrito Policial de Mogi das Cruzes no início da tarde desta sexta-feira (29). De acordo com o G1, a Polícia Civil informou que ela será encaminhada para a Cadeia de Itaquaquecetuba mas deve ser transferida para a Penitenciária de Tremembé.
O caso ganhou ampla repercussão nas mídias depois que vídeos de dentro da escola foram vazados aos pais e responsáveis. As imagens mostravam bebês dentro de um banheiro, amarrados com lençois em cadeiras conhecidas como bebê-conforto. Depoimentos de três professoras e duas ex-professoras contam que os lençois eram colocados para que elas parassem de chorar e fossem forçadas a dormir. Os bebês eram colocados no banheiro para que os choros não fossem escutados da rua.
Depoimentos de professores também indicaram que a diretora Roberta Regina Serme ordenava que medicassem as crianças com dipirona para dormir. Conforme os autos, “as crianças recebiam remédios como dipirona, sem prescrição médica, para que pudessem ter a pressão abaixada e com isso adormecer”. Castigos por mau comportamento incluíam até mesmo “punições corporais”.
O Ministério Público (MP) avaliou que os vídeos e os depoimentos de testemunhas mostravam que os alunos tiveram “intensos sofrimentos físicos e psicológicos”.
Em sua defesa, logo após a divulgação dos vídeos, a diretoria da escola emitiu uma nota afirmando que não tinha conhecimento dos maus-tratos e que as imagens foram forjadas. À polícia, Roberta informou que “desconfiava que as cenas pudessem ter sido montadas por alguma funcionária insatisfeita para prejudicá-la”, conforme informado pelo G1.
A diretora planejou fugir, segundo a polícia, e tentou atrapalhar as investigações retirando materiais de dentro da escola. Ela foi procurada em mais de 20 endereços, mas seu advogado avisou à imprensa que ela se entregaria somente após a Justiça avaliar os recursos enviados pela defesa.
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