Uma operação realizada pela Polícia Federal na última quarta-feira (2) levantou suspeitas sobre o possível uso de dinheiro público para remunerar o hacker Walter Delgatti, responsável pela invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça. O secretário parlamentar do gabinete da deputada federal Carla Zambelli, do PL, Jean Hernani Guimarães Vilela, está entre os alvos da investigação.

De acordo com a PF, Jean teria sido responsável por efetuar um dos pagamentos a Walter Delgatti, que admitiu ter inserido informações falsas no sistema do CNJ em janeiro de 2023, abrigando o Banco Nacional de Mandados de Prisão. A deputada Carla Zambelli também está sob investigação por suspeitas de tê-lo contratado com o objetivo de realizar a invasão.

A deputada negou que os pagamentos ao hacker tenham sido realizados com recursos da cota parlamentar. Segundo ela, os valores destinaram-se a melhorias em seu site e foram pagos através de uma empresa subcontratada. No entanto, dados da transparência da Câmara revelam que entre outubro de 2022 e abril de 2023, Zambelli pagou um total de R$ 94 mil por um serviço de divulgação parlamentar. A empresa contratada é de propriedade de Monica Romina Santos de Sousa, esposa de Jean.

Walter Delgatti entregou extratos à PF que comprovam o recebimento de R$ 13,5 mil da deputada nos meses anteriores e posteriores à invasão do sistema do CNJ. Em depoimento, ele afirmou que um desses pagamentos foi feito por Jean. O assessor, por sua vez, alegou que contratou Delgatti com seu próprio dinheiro, em uma tentativa de impressionar a deputada. Ele negou envolvimento da empresa que é de propriedade de sua esposa nos pagamentos ao hacker.

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