A Polícia Federal indiciou a deputada federal Carla Zambelli (PL-Sp) no inquérito que apura a tentativa de invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 4 de janeiro de 2023. O hacker Walter Delgatti Neto e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foram indiciados sob suspeita de cometerem uma série de crimes, incluindo invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

A deputada pagou o hacker para inserir documentos falsos no sistema do Judiciário, incluindo uma ordem de prisão fictícia contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com uma assinatura imitada. Segundo o relatório da PF, essa ação teve o intuito de prejudicar a imagem do Judiciário e de um ministro do STF.

Agora cabe a Procuradoria-Geral da República aceitar a denúncia. Caso isso ocorra, Zambelli pode perder o mandato. Os investigadores descobriram quatro documentos falsos nos equipamentos pessoais da deputada, apreendidos em agosto do ano passado.

Entre os documentos encontrados nos dispositivos de Zambelli estão a ordem de prisão de Moraes, que foi vazada à imprensa pela deputada no dia na noite de 4 de janeiro, três horas após Zambelli recebê-la do hacker. A PF concluiu que Zambelli não apenas estava ciente da invasão, mas também participou ativamente ao receber e divulgar os documentos fraudulentos.

O relatório da PF destaca que a conduta da deputada é incompatível com sua posição parlamentar, pois colocou em risco um dos Poderes da República e a imagem do Poder Legislativo. Delgatti, por sua vez, está preso desde agosto devido à sua participação no hackeamento do CNJ e, em seu depoimento à PF, implicou a deputada federal, alegando que ela foi responsável pelo texto da falsa ordem de prisão.

Carla Zambelli nega veementemente as acusações, afirmando que contratou Delgatti apenas para gerenciar seu site e suas redes sociais, sem solicitar qualquer atividade criminosa.

As penas podem chegar a até 28 anos de prisão em caso de condenação.