PM de Tarcísio espanca, agride e reprime estudantes pacíficos na Alesp
“Que vergonha deve ser bater em um estudante para comer”. UNE protestou diante de prisões arbitrárias
Estudantes que protestavam contra a votação do projeto de lei que prevê a implementação da escola cívico-militar na rede estadual e municipal de ensino foram agredidos por policiais militares na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) na tarde desta terça-feira (21). As agressões incluíram golpes de cassetete e foram gravadas.
Policiais militares do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP), equipados com escudos, formaram uma barreira. Ao passar pelo corredor, os estudantes foram agredidos com golpes de cassetete, como um corredor polonês. Um dos policiais aplicou um golpe de mata-leão – proibido pela instituição desde 2020 – em uma manifestante, arrastando-a pelo chão.
De acordo com o deputado estadual Paulo Fiorilo, líder do Partido dos Trabalhadores, seis estudantes foram detidos e encaminhados ao posto da Polícia Civil da assembleia. Durante o trajeto, um dos jovens gritou à imprensa em protesto à conduta dos PMs: “Que vergonha deve ser bater em um estudante para comer”.
“Em uma ação anti-democrática, a PM do Governador Tarcísio agride e violenta estudantes que lutavam na ALESP contra o projeto das escolas cívico-militares. Essa é a cara da gestão Tarcísio! Quando o povo discorda ele manda agredir. Toda nossa solidariedade aos estudantes da UPES e UBES que foram covardemente agredidos”, afirmou a União Nacional dos Estudantes.
O projeto de lei em discussão propõe que escolas públicas estaduais e municipais do ensino fundamental, médio e educação profissional possam se converter para o modelo cívico-militar. “A proposição em comento pretende autorizar o Poder Executivo a criar escolas cívico-militares, onde poderá ser autorizada conversão, fusão, desmembramento ou incorporação de escolas estaduais já em funcionamento para o modelo de escola cívico-militar, priorizando-se aquelas situadas em regiões de maior incidência de criminalidade”, explicou o secretário da Educação, Renato Feder, no texto.
Especialiastas são contrários ao modelo, ampliado na gestão Jair Bolsonaro, mas com baixa adesão de municípios e estados interessados.