Pimenta revela que Bolsonaro fez rombo de R$ 13 bilhões nos cofres públicos para tentar se reeleger
O ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta, afirmou que essas manobras podem ter atingido mais de 4 milhões de pessoas
O ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta, afirmou que essas manobras podem ter atingido mais de 4 milhões de pessoas
Que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou recurso público para tentar se reeleger todo mundo sabe, e cada vez mais números de cifras bilionárias são reveladas. Segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, estima-se que os crimes cometidos por Bolsonaro causaram um prejuízo de pelo menos R$ 13 bilhões e afetaram 2,5% do eleitorado.
O ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta, afirmou que essas manobras podem ter atingido mais de 4 milhões de pessoas, em uma primeira análise. Ele também mencionou que a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) pode ter prejudicado os candidatos no segundo turno, e que as autoridades foram exoneradas e estão sendo investigadas. Além disso, Pimenta destacou o uso da Caixa para concessão de empréstimos consignados sem fundamentos claros.
“O crédito consignado liberado pela Caixa também é uma evidência do uso da máquina. Informações do Uol divulgadas à época revelaram que a Caixa disponibilizou 99% de toda sua carteira do Auxílio Brasil durante o período eleitoral. Foram gastos R$ 7,595 bi para 2,9 milhões de beneficiários. Após as eleições, até o final do ano, foram liberados R$ 67 milhões, para 53 mil pessoas: 1%. A CGU [Controladoria-Geral da União] não identificou informações que justificassem os empréstimos e muito menos procedimentos de supervisão sobre o processo de consignação em benefícios”, escreveu.
Jair Bolsonaro foi acusado de usar de forma irregular a máquina pública para se beneficiar eleitoralmente, conforme reportagem do UOL, que revela como isso foi feito em benefícios da Caixa Econômica.
No programa chamado SIM Digital, lançado em março de 2022, Bolsonaro permitiu que pessoas com restrições de crédito tivessem acesso a empréstimos, totalizando R$ 3 bilhões liberados aos eleitores. No entanto, a inadimplência atingiu a marca de 80% neste ano, conforme apontado pela reportagem. Isso significa que, de cada R$ 1000 emprestados, R$ 800 não foram pagos.
Para cobrir parte do rombo, o governo recorreu ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Estima-se que seja necessário utilizar R$ 1,8 bilhão do fundo, além de outros R$ 600 milhões que precisarão ser complementados pela Caixa.
Outra medida adotada pela gestão anterior de Bolsonaro foi a possibilidade de realizar empréstimos consignados através do Auxílio Brasil, resultando em R$ 7,6 bilhões liberados aos beneficiários. Contudo, com a intensificação das investigações para identificar irregularidades, cerca de 100 mil devedores foram excluídos do programa e o pagamento das parcelas do empréstimo consignado se tornou incerto.
Segundo o site, essas medidas impostas por Bolsonaro acarretaram no esgotamento das reservas da Caixa. No último trimestre de 2022, o índice de liquidez de curto prazo registrou apenas R$ 162 bilhões, uma queda de R$ 70 bilhões em relação ao ano anterior. Isso representa o menor nível desse índice, um indicador de risco, já registrado pelo banco.
Somente então, sem a sua liderança, os técnicos da Caixa suspenderam a concessão de empréstimos para negativados. A inadimplência em torno de 80% nos primeiros meses esgotou o fundo garantidor de R$ 3 bilhões.