PGR denuncia irmãos Brazão e ex-chefe da polícia do RJ por mandar matar Marielle
Para PGR, irmãos Brazão e o ex-delegado Rivaldo Barbosa atuaram para o assassinato da vereadora do RJ
A Procuradoria-Geral da República (PGR) vê provas suficientes e vai pedir a condenação dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, juntamente com o delegado Rivaldo Barbosa, pelo atentado ocorrido em 2018 contra a vereadora Marielle Franco. Os três acusados estão presos desde o final de março. A denúncia foi apresentada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última terça-feira (7).
Além disso, outras duas pessoas foram denunciadas pela PGR e detidas pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (9). Trata-se de Robson Calixto da Fonseca, conhecido como Peixe, ex-assessor de Domingos Brazão, e o policial militar Ronald Alves de Paula, também conhecido como Major Ronald, apontado como ex-chefe da milícia da Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Peixe foi preso no Rio, enquanto Ronald já estava encarcerado em uma prisão federal.
A denúncia da PGR vem após um mês e meio de análise e aprofundamento da investigação da PF, concluindo que os irmãos Brazão e Barbosa devem ser processados e condenados pelo assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes. No documento, os irmãos Brazão são acusados de serem os mandantes do homicídio e de integrarem uma organização criminosa, enquanto o delegado Rivaldo Barbosa é denunciado como mandante do homicídio.
A PGR baseou-se na delação do matador-confesso, Ronnie Lessa, para implicar os irmãos Brazão no mando da morte de Marielle e Anderson, afirmando que Lessa se encontrou com os irmãos Brazão e que o ex-PM recebeu deles a promessa de pagamento pelo assassinato da vereadora. A denúncia considera provas decorrentes de dados de movimentação de veículos, monitoramento de telefones e triangulação de sinais de telefonia, além de oitivas de dezenas de testemunhas.
Para a PGR, os interesses econômicos fundiários dos irmãos Brazão, suas relações com as milícias e os atritos com adversários políticos como a vereadora Marielle e seu partido, o Psol, estão inseridos no contexto da execução da mesma. A PGR aprofunda ainda o envolvimento dos irmãos Brazão na exploração imobiliária em áreas dominadas pela milícia, onde eles se fortaleceram política e financeiramente.