
PF prende grileiro considerado o maior desmatador da floresta amazônica
Área destruída equivale a quase quatro vezes o tamanho das ilhas de Fernando de Noronha
A Polícia Federal prendeu o empresário Bruno Heller, apontado como o maior devastador da Amazônia já identificado. O empresário foi capturado em Novo Progresso, no Pará, durante a Operação Retomada, que tem como objetivo desarticular um esquema de invasão de terras da União e desmatamento para criação de gado na região amazônica. Além da prisão de Heller, três mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Novo Progresso e Sinop.
A Justiça também autorizou o bloqueio de R$ 116 milhões em bens, 16 fazendas, imóveis e a indisponibilidade de 10 mil cabeças de gado. Essa quantia é considerada o mínimo necessário pela Polícia Federal para realizar a restauração ambiental das áreas gravemente afetadas pelo desmatamento e grilagem de terras promovidas por ele.
Além das acusações de desmatamento de aproximadamente 6,5 mil hectares de floresta, Bruno Heller também é suspeito de se apossar ilegalmente de 21 mil hectares de terra da União. A Polícia Federal ressaltou que a área destruída equivale a quase quatro vezes o tamanho das ilhas de Fernando de Noronha, o que destaca a gravidade do impacto ambiental provocado por suas atividades ilegais.
Investigações revelaram que Bruno Heller já havia sido autuado 11 vezes e recebido seis embargos do Ibama em decorrência de práticas irregulares. A perícia também identificou danos significativos provocados pelo grupo do empresário à Terra Indígena Baú. O esquema envolvia desmatar áreas para liberar espaço para pastagens, além de praticar a grilagem de terras, inclusive em territórios indígenas, com o objetivo de destinar as áreas desmatadas à criação de gado. A Polícia Federal destaca que a utilização de cadastros falsos no Cadastro Ambiental Rural em nome de terceiros era uma estratégia para proteger os verdadeiros responsáveis das consequências legais das atividades ilícitas.