Zambelli teria pedido para que o hacker invadisse sistemas da justiça brasileira por meio do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

Foto: Lula Marques/EBC

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi intimada a prestar depoimento em um inquérito relacionado às declarações do hacker Walter Delgatti, que foi contratado por Zambelli para “atestar” a segurança das urnas eletrônicas. Delgatti afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lhe pediu para invadir as urnas. A defesa da parlamentar confirmou que o depoimento está agendado para a segunda semana de setembro.

Zambelli teria pedido para que o hacker invadisse sistemas da justiça brasileira por meio do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela também pediu para inserir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de acordo com Delgatti. Durante sua participação na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, Delgatti afirmou que a deputada teria prometido a ele uma posição na campanha de reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo informações fornecidas à Polícia Federal (PF) por Delgatti, ele teria recebido R$ 40 mil de uma assessora de Zambelli como pagamento pelo que ele descreve como um “serviço”. Além disso, o hacker entregou às autoridades um arquivo de áudio que ele alega comprovar a contratação. A assessora admitiu a autenticidade do áudio, mas negou que o contrato estivesse relacionado a atividades fraudulentas no sistema do CNJ.

No passado, a deputada já havia sido alvo de uma operação de busca e apreensão realizada pela PF em 2 de agosto, na qual o próprio Delgatti foi detido novamente. Zambelli nega as acusações de ter envolvido o hacker em atividades ilícitas e afirma que ele foi remunerado por serviços ligados ao seu site pessoal.