A investigação, que teve autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, avançou ao ponto de determinar a quebra dos sigilos bancário e fiscal tanto de Jair Bolsonaro quanto de Michelle Bolsonaro

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e diversos indivíduos ligados à investigação sobre suspeitas de venda ilegal de joias foram intimados pela Polícia Federal (PF) para prestar depoimentos simultâneos em 31 de agosto.

Junto com o casal Bolsonaro, também foram convocados Fabio Wajngarten e Frederick Wassef, advogados de Jair Bolsonaro; Marcelo Câmara, assessor especial do ex-presidente; Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; Mauro César Lourena Cid, general da reserva e colega de Bolsonaro na Aman; além de Osmar Crivellati, assessor de Bolsonaro. A convocação simultânea visa evitar qualquer tentativa de coordenação de respostas por parte dos depoentes.

Os depoimentos estão agendados para o mesmo dia em que Jair Bolsonaro deve prestar esclarecimentos sobre as alegações envolvendo empresários que discutiram a possibilidade de um golpe de Estado em conversas de WhatsApp. Esta nova etapa da investigação surge após a operação “Lucas 12:2” ser deflagrada em agosto, envolvendo militares ligados a Bolsonaro, como o advogado Frederick Wassef e o ex-auxiliar de ordens Mauro Barbosa Cid.

A investigação, que teve autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, avançou ao ponto de determinar a quebra dos sigilos bancário e fiscal tanto de Jair Bolsonaro quanto de Michelle Bolsonaro. O foco principal gira em torno das joias que foram presenteadas ao governo brasileiro por nações estrangeiras, incluindo a Arábia Saudita.

A investigação apurou que um relógio Rolex de ouro branco, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico, entregue a Bolsonaro durante uma viagem oficial à Arábia Saudita, em 2019, foi retirado do acervo de presentes por Mauro Cid em junho de 2022, quando ele e Bolsonaro viajaram para a Cúpula das Américas. A PF rastreou evidências indicando a tentativa de venda dos itens nos EUA.