PF destrói garimpos que operavam em santuário de espécies raras na Amazônia
Criada em maio de 2016, juntamente com outras unidades de conservação federais, Floresta Nacional de Urupadi representa um santuário para espécies raras
Em meio à Floresta Nacional de Urupadi, situada em Maués, sul do Amazonas, encontra-se um lar precioso para espécies raras e ameaçadas. É nesse cenário de biodiversidade ímpar que a força-tarefa de Segurança Pública Ambiental embarcou em uma missão de 17 dias, que resultou na destruição de dez garimpos ilegais e aplicação de multas no valor de R$ 4,5 milhões.
Os especialistas estimam que cerca de 800 espécies de aves habitam essa floresta, representando quase metade de todas as aves catalogadas no Brasil. Além disso, Urupadi também abriga primatas raros e emergentes, incluindo três espécies endêmicas, como o Mico manicorensis, Callibella humilis e Callicebus bernhardi.
A operação Aurum, como foi batizada, teve início em 18 de maio e encerrou em 3 de junho.
Fizeram parte da equipe agentes da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Força Nacional, além de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
No decorrer da operação foram confiscadas máquinas e equipamentos usados no garimpo ilegal, como escavadeiras hidráulicas, tratores de esteira, motocicletas, quadriciclos, motores geradores de energia, motores bombas, dragas e armas de fogo. Um total de 61 barracos, símbolos da exploração desenfreada, foram destruídos, encerrando qualquer possibilidade daquele material ser novamente usado.
Criada em maio de 2016, juntamente com outras unidades de conservação federais, a Floresta Nacional de Urupadi representa um santuário para espécies raras. Cada vez mais essas espécies são cercadas por atuação do crime ambiental.
Manejo sustentável
Ao estabelecer essas áreas em 2016, sob o governo Dilma (PT), a intenção do governo federal não era apenas preservar a biodiversidade, mas também promover um desenvolvimento sustentável e uma nova abordagem socioambiental na região sul do Amazonas, duramente atingida pela exploração de madeira e minério ilegais.