A expressão, utilizada por Delgatti, é uma menção ao que Sérgio Moro disse ao Supremo Tribunal Federal na ocasião dos vazamentos ilegais

Foto: Imagem: Fotos: Bruno Spada/Câmara dos Deputados e Pedro França/Agência Senado

Walter Delgatti, o hacker responsável pelos vazamentos de mensagens entre o então juiz Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato, ressurgiu na mídia com uma declaração que reacendeu as polêmicas em torno do caso. Em depoimento à Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro, Delgatti utilizou a expressão “minhas escusas” ao se referir às ações de Moro durante o período das escutas ilegais que tiveram como alvo a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT).

A expressão, utilizada por Delgatti, é uma menção ao que Sérgio Moro disse ao Supremo Tribunal Federal (STF) na ocasião dos vazamentos ilegais feitas por ele de conversas da ex-presidenta Dilma Rousseff.

Com a decisão de Teori Zavaschi, ex-ministro do STF, Moro avaliou que seu entendimento sobre a divulgação dos áudios foi incorreto.

“Diante da controvérsia decorrente do levantamento do sigilo e da decisão de vossa excelência, compreendo que o entendimento então adotado possa ser considerado incorreto, ou mesmo sendo correto, possa ter trazido polêmicas e constrangimentos desnecessários. Jamais foi a intenção deste julgador, ao proferir a aludida decisão de 16 de março, provocar tais efeitos e, por eles, solicito desde logo respeitosas escusas a este egrégio Supremo Tribunal Federal”, disse Moro, na época.

O caso que ganhou destaque em 2019 trouxe à tona alegações de que o então juiz Sergio Moro, que posteriormente se tornou ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL), teria colaborado indevidamente com a acusação na operação, levantando dúvidas sobre a imparcialidade do processo legal. As mensagens vazadas por Delgatti e sua equipe sugeriam uma colaboração estreita e controversa entre Moro e os procuradores, o que gerou intensos debates jurídicos e políticos.

A entrevista de Delgatti surge no momento em que o país está novamente envolto em debates políticos e jurídicos, com vários políticos e juristas pedindo uma revisão mais ampla dos casos ligados à Lava Jato e à sua influência no cenário político e judicial do Brasil.