Desde agosto do ano passado, o Banco Central, liderado por Roberto Campos Neto, mantém a taxa em 13,75%

Foto: Sindicato Metarlúgicos-SP

O aumento da taxa de juros tem sido alvo de críticas por parte da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras centrais sindicais, movimento e partidos, que iniciaram a Campanha Nacional pela Redução dos Juros nesta semana. Juntos, eles convocaram mobilizações programadas para ocorrer entre os dias 16 e 20 de junho, coincidindo com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no dia 21, quando será definida a taxa a ser adotada. Desde agosto do ano passado, o Banco Central, liderado por Roberto Campos Neto, mantém a taxa em 13,75%.

A CUT denunciou, em comunicado, o que considera um boicote do Banco Central às iniciativas governamentais voltadas para o estímulo do consumo e a oferta de crédito mais acessível às empresas, a fim de impulsionar o crescimento econômico. A alta da Selic, a taxa básica de juros, é apontada como uma grande obstáculo à retomada do desenvolvimento econômico do Brasil.


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Ao elevar os juros, ocorre um encarecimento do crédito e uma diminuição do poder de compra da população. Embora o aumento da Selic seja justificado como medida para conter a inflação, ao restringir o dinheiro disponível para gastos, acaba-se por desacelerar os preços. No entanto, no atual cenário, manter os juros em patamares elevados não parece ser justificado, uma vez que a população já enfrenta baixo poder aquisitivo e limitações no consumo.

A necessidade de controlar a inflação geralmente está associada a um contexto de alta demanda, impulsionada pela criação de empregos e facilidades de crédito. Quando os consumidores têm mais recursos para gastar, os preços tendem a subir, e é nesse momento que o Banco Central intervém aumentando os juros como forma de conter a inflação.

Vale ressaltar que aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm alertado para os prejuízos causados pelo aumento da taxa de juros. A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, reiterou suas críticas aos 13,75% e ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Em abril, Lula também criticou o percentual, afirmando que estão “brincando com o país”. No mês de fevereiro, o ex-presidente petista classificou a taxa de juros no Brasil como uma “vergonha”.

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