Partido expulsa vereador do RS que cometeu racismo e xenofobia contra vítimas de trabalho escravo
Após onda de repúdio, Sandro Fantinel foi sumariamente expulso pela direção nacional do Patriota, por ferir a dignidade humana
Após onda de repúdio, Sandro Fantinel foi sumariamente expulso pela direção nacional do Patriota, por ferir a dignidade humana
O vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul, foi expulso do seu partido, o Patriota, por violar a dignidade humana ao ofender trabalhadores encontrados em situação análoga à escravidão em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.
A decisão foi do diretório nacional do partido. Embora expulso, Fantinel poderá continuar no cargo de vereador, de acordo com decisões semelhantes tomadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Essa situação torna inconciliável sua permanência nas fileiras do Patriota, partido que prima pelo respeito às leis, à vida e à equidade”, disse o Patriota.
O vereador fez o comentário xenofóbico nessa terça. Ele ainda disse que as empresas devem contratar funcionários argentinos, pois estes seriam “limpos, trabalhadores e corretos”.
Após a fala do político, o deputado estadual Leonel Radde (PT-RS) disse que foi registrado um Boletim de Ocorrência contra o vereador.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), classificou como desumana as falas do vereador e decidiu acionar a Justiça.
“Eu repudio veementemente a apologia à escravidão e não permitirei que se refiram à nossa gente com preconceito. É desumano, vergonhoso e inadmissível ver que há brasileiros capazes de defender a crueldade humana”, disse o governador.
Como publicado pela Mídia NINJA, mais de 200 trabalhadores foram resgatados de um alojamento improvisado em Bento Gonçalves onde eram submetidos ao trabalho escravo durante a colheita de uva para vinícolas.
Em depoimento para a polícia, eles afirmam que foram extorquidos, ameaçados, agredidos e torturados com choques elétricos e spray de pimenta durante o serviço.
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