Parque do Bixiga deve sair do papel após quatro décadas de luta de Zé Celso
A criação do Parque do Rio Bixiga era um antigo sonho do diretor José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, fundador do Teatro Oficina
Após mais de quatro décadas de disputas, a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o Grupo Silvio Santos chegaram a um acordo histórico para a venda de um terreno na região central de São Paulo, destinado à criação do Parque Municipal do Rio Bixiga. O acordo, avaliado em R$ 64,3 milhões, põe fim a uma longa batalha judicial e abre caminho para a construção de um espaço público de lazer e cultura na capital paulista.
A criação do Parque do Rio Bixiga era um antigo sonho do diretor José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, fundador do Teatro Oficina, situado nas proximidades. Zé Celso, um fervoroso defensor do projeto, faleceu em julho de 2023, mas sua visão continua a inspirar a luta pela preservação cultural e ambiental na região.
Uma conquista histórica
O terreno de 11 mil metros quadrados, localizado no Bixiga, foi alvo de várias tentativas do Grupo Silvio Santos para desenvolver projetos imobiliários, todas barradas por órgãos de preservação do patrimônio e pela Justiça, com apoio de intelectuais, artistas e políticos.
Inicialmente, o grupo empresarial havia estipulado o valor de R$ 80 milhões para a venda do terreno, mas aceitou a contraproposta da prefeitura após uma avaliação técnica.
Próximos passos
Com a iminência do acordo, a prefeitura solicitou aos vereadores a votação de um projeto que inclui o parque no Plano Diretor da cidade, crucial para viabilizar a criação do espaço. O texto já foi aprovado em primeira votação e aguarda a segunda votação, prevista para ocorrer até o final da próxima semana. Após a aprovação legislativa e a assinatura do contrato com o Grupo Silvio Santos, Nunes deverá emitir uma Declaração de Utilidade Pública para o terreno.