Paris 2024: a última dança olímpica de Diana Taurasi
Taurasi pode encerrar sua participação em Olimpíadas alcançando um feito histórico
Por Melissa Gervásio, para Cobertura Colaborativa #NECParis2024
Na última quinta-feira (25), em entrevista à ESPN norte-americana, a lenda do basquete Diana Taurasi anunciou que Paris 2024 será sua última participação nos Jogos Olímpicos. Aos 42 anos e em sua sexta Olimpíada, Taurasi já conquistou cinco medalhas de ouro e pode se tornar a maior recordista dos esportes coletivos olímpicos se a seleção feminina dos Estados Unidos vencer na França.
“Tenho 42 anos e seis olimpíadas. Foi uma grande honra vestir essa camisa todas às vezes”, disse Taurasi à ESPN.
Taurasi: especialista no caminho para a glória olímpica
Os Estados Unidos nunca foram derrotados com Diana Taurasi em quadra nos Jogos Olímpicos. A camisa 12 tem um aproveitamento de 414 pontos marcados em 38 jogos disputados. A seleção americana, grande candidata ao título na França, busca sua oitava medalha de ouro consecutiva, contando com uma especialista em conquistas olímpicas.
“Estou aqui para competir, estou aqui para jogar em alto nível, para ajudar minhas companheiras e para ganhar uma medalha de ouro”, afirmou Taurasi em entrevista coletiva no sábado (27).
Com 11 medalhas olímpicas no total, das quais 9 são de ouro, as maiores vencedoras do basquete feminino vão à luta pelo reinado. No entanto, segundo Taurasi, não será uma tarefa fácil.
“Eu acho que uma equipe de que ninguém realmente falou é a França, na França,” disse Taurasi.
“É uma das equipes da Euroliga mais difíceis de se enfrentar. É um país que adora basquete e cultiva talentos incríveis”, destacou. Ela também ressaltou a importância dos investimentos no esporte feminino. “O nível de todas as equipes subiu nas últimas duas ou três Olimpíadas. Você pode ver o investimento no esporte feminino, e isso reflete na quadra”.
De Atenas a Tóquio: uma jornada de ouro
A jornada de Diana Taurasi nas Olimpíadas começou em 2004, nos Jogos de Atenas. Naquela época, Taurasi estava em sua temporada de estreia na WNBA, pelo Phoenix Mercury, quando foi convocada para a seleção americana. Ao lado da lendária Sue Bird, com quem divide o recorde de medalhas de ouro olímpicas, Taurasi consolidou a hegemonia no basquete feminino, conquistando o ouro em Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020.
Em entrevista divulgada pela FIBA, na última sexta-feira (26), Diana Taurasi relembrou com carinho o início de sua caminhada olímpica: “2004 em Atenas foi incrível. Eu era literalmente uma garota de 21 anos, olhando ao redor e sorrindo o tempo todo”, contou. “Ficamos hospedadas em um barco, na Grécia. O tempo estava lindo, a comida era incrível e eu estava lá com minha melhor amiga, Sue Bird, na seleção nacional. Éramos apenas duas novatas. Então, será sempre especial”.
Protagonista da Rio 2016
Os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, ficaram marcados pela excelente performance de Taurasi. Em oito partidas ela teve uma média de 15,6 pontos, 2,5 rebotes e 3,3 assistências por jogo. Na final contra a Espanha, os Estados Unidos venceram por 101 a 72, com Taurasi anotando 17 pontos, três assistências e três rebotes.
“Isso sempre foi basquete para mim. Sempre foi sobre me preparar para essa equipe”, disse Taurasi em entrevista à FIBA. “Eu acho que, como organização, sempre fizemos um ótimo trabalho ao nos concentrarmos na tarefa que temos em mãos, respeitando nossos adversários, competindo e nos preparando da maneira certa”.
Embora os amantes do basquete estejam se preparando para assistir à última dança de Taurasi nas Olimpíadas, eles ainda poderão acompanhá-la na liga profissional. Tricampeã da WNBA com o Phoenix Mercury, Taurasi apresenta médias de 16,1 pontos, 4,7 rebotes e 2,6 assistências nesta temporada.
“Eu estou tão viciada em basquete agora quanto estava quando tinha 15 anos e jogava na minha garagem. Tenho as mesmas ambições, a mesma paixão, o mesmo amor por isso,” disse Taurasi à ESPN. “Eu apareço todos os dias em Phoenix, no centro de treinamento, às 7:30 da manhã, pronta para começar. É assim que eu encaro”.