Parem as máquinas! Mineração não é serviço essencial
Sem respeitar as orientações da OMS, o Ministério de Minas e Energia assinou uma portaria na noite de sábado, 28, para considerar a mineração atividade essencial. A decisão coloca em risco a saúde de milhares de trabalhadores.
Sem respeitar as orientações da OMS, o Ministério de Minas e Energia assinou uma portaria na noite de sábado, 28, para considerar a mineração atividade essencial. A decisão coloca em risco a saúde de milhares de trabalhadores.
Na prática, as mineradoras ganharam um aval para manter centenas de milhares de trabalhadores aglomerados e expostos ao risco da Covid-19, continuar lucrando e seguir até com as pesquisas em todo o país, incluindo aquelas que incidem sobre terras indígenas na Amazônia, como denunciou o Observatório da Mineração.
Para o doutor em política ambiental, Bruno Milanez, parar agora apenas reduziria os estoques existentes mas não comprometeria a produção de remédios, alimentos e equipamentos e ainda preservaria a saúde dos trabalhadores.
Só a Vale mantém 55 mil funcionários e segundo o Observatório da Mineração, somente na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Congonhas/MG, existem 6 mil trabalhadores se revezando em turnos ininterruptos. Se no Brasil as atividades da Vale continuam a todo vapor, em países como Canadá, Malásia e Moçambique a mineradora já diminuiu ou paralisou operações.
Em nota unificada divulgada no dia 1 de abril, o Sindicato Metabase Inconfidentes se manifesta em repúdio a atitude do governo e das grandes mineradoras de tratar o coronavírus apenas como uma “gripezinha”.