Parada LGBT: a maior mobilização do mundo nas ruas de São Paulo!
A Av. Paulista, em São Paulo, foi tomada por mais de 3 milhões de pessoas neste domingo (19) na 21ª Parada LGBT. Brilho, lacre e liberdade deram o tom dessa festa, que teve como lema a frase: “Independente de nossas crenças, nenhuma religião é lei. Todos e todas por um estado laico”. Neste ano, a […]
A Av. Paulista, em São Paulo, foi tomada por mais de 3 milhões de pessoas neste domingo (19) na 21ª Parada LGBT. Brilho, lacre e liberdade deram o tom dessa festa, que teve como lema a frase: “Independente de nossas crenças, nenhuma religião é lei. Todos e todas por um estado laico”.
Neste ano, a Parada contou com 19 trios elétricos, com grandes nomes da música brasileira, como Anitta, Pablo Vittar, Daniela Mercury, Naiara Azevedo e Lorena Simpson. Na apresentação da cantora baiana, Daniela Mercury, o público gritou “Fora, Temer!” e “Diretas Já”, diversas vezes, acompanhando-a.
Na linha de frente, o primeiro carro de som trazia o tema do estado laico com integrantes das religiões Judaica, Umbanda, Candomblé e Batista.
O trio ‘Divinas Divas’, marcou o lançamento do filme de mesmo nome, que conta a história de Brigitte de Búzios, Camille K., Divina Valéria, Eloína dos Leopardos, Jane Di Castro, Marquesa e Rogéria, travestis que marcaram história nos anos 1980 no Teatro Rival, no Rio de Janeiro. A atriz Leandra Leal, que protagoniza o longa, também esteve presente.
Seguindo seu tradicional trajeto, a concentração da Parada começou na Av. Paulista, seguindo pela Rua da Consolação até a rua Xavier de Toledo, até chegar ao final no Vale do Anhangabaú, em que houve mais shows.
No trajeto, parte da manifestação se dividiu na Praça Roosevelt e no Largo do Arouche, pontos de encontro do público LGBT no Centro.
Intolerância Religiosa e violência
A Câmara dos Deputados Federais possui 508 representantes eleitos, sendo que entre eles, 197 pertence à chamada Bancada Evangélica, de acordo com levantamento do portal Congresso em Foco.
Entre as diversas propostas, eles articularam a retirada do termo “identidade de gênero” e das discussões sobre o tema da Base Comum Curricular, documento que orienta toda a base do ensino público.
Além disso, são os principais defensores do Projeto de Lei Escola Sem Partido, que prevê censura ao conteúdo de professores em salas de aula, para prevenção de “doutrinação ideológica”, por exemplo a chamada “ideologia de gênero”, que se refere ao debate de identidade de gênero. No Senado Federal, quem apresentou o PL foi o senador e pastor evangélico, Magno Malta.
A representatividade no cenário político, por sua vez, é ínfimo. O único parlamentar brasileiro abertamente LGBT é Jean Wyllys (PSOL-RJ). A comissão de Direitos Humanos, que historicamente tornou-se uma bastião da luta LGBT, tem apenas 23 membros.
O Brasil ocupa a primeira posição no número de assassinato por motivação homofóbica. Foram 340 mortes em 2016, sendo que 144 deles de travestis e transsexuais, de acordo com a Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trangêneros e Interssexuais.
Estima-se que a cada uma hora um LGBT sofre algum tipo de violência no Brasil. Pesquisa realizada em 2014 mostrou que 76% dos consultados disse já ter passado por preconceito homofóbico.