Papagaios-de-peito-roxo, vítimas do tráfico de animais, são devolvidos à natureza em Minas Gerais
18 papagaios-de-peito-roxo ganharam uma segunda chance: as aves, apreendidas em operações policiais contra o tráfico, foram soltas em uma área de Mata Atlântica em Minas Gerais.
18 papagaios-de-peito-roxo (Amazona vinacea) ganharam uma segunda chance: as aves – apreendidas em diversas operações policiais contra o tráfico de animais e abrigadas em zoológicos, criadouros e mantenedouros de fauna; foram soltas em uma área de Mata Atlântica em Minas Gerais. Antes da soltura os indivíduos passaram por uma avaliação no Centro de Triagem de Animais Silvestres de Belo Horizonte que analisou quais estavam aptos a voltar à vida livre. As dezoito aves escolhidas foram reabilitadas pelos pesquisadores do Instituto WAITA, que deram início a uma nova etapa do Projeto Voar.
“Desde 2012 o Instituto WAITA vem desenvolvendo o Projeto, que visa reabilitar e devolver papagaios vítimas do tráfico à natureza. (…) agora estamos partindo para a segunda etapa, com uma espécie ameaçada de extinção”, explica Fernanda Sá, diretora da ONG.
Endêmico da Mata Atlântica, a espécie é uma das mais de 200 aves que compõem a lista de espécies brasileiras ameaçadas de extinção. Perda de habitat e tráfico de animais são as principais ameaças que, juntas, provocam o declínio da população – considerada Vulnerável pelo ICMBio.
O grupo de animal mais recebido nos Centro de Triagem de Animais Silvestres de todo o Brasil é do das aves. Os papagaios são um dos representantes mais traficados dentro deste grupo.
As aves passaram por exames clínicos para avaliar a saúde e a presença ou não de doenças. “Em seguida levamos os indivíduos ao CRAS, em Nova Lima (MG), onde treinaram alimentação, voo e práticas antipredação. Essa é uma das etapas mais importantes, porque prepara os animais para retornarem ao habitat natural”, detalha a bióloga.
Depois do processo de reabilitação por três meses, eles foram levados para a área de soltura, em Dom Joaquim (MG). “Usamos uma técnica chamada ‘soltura branda’, quando as aves permanecem em um viveiro no local de soltura durante uma semana para se acostumar com a região”, destaca Fernanda.
Foram nove dias em adaptação até que, no dia 22 de outubro, as aves enfim ganharam a liberdade. “É muito gratificante participar desse projeto e ver as aves ganhando a liberdade, voando e se alimentando fora do cativeiro”.
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