O Papa Francisco lamentou a “vergonhosa incapacidade” da comunidade internacional em conter a escalada de violência na região. Em uma carta aberta aos católicos do Oriente Médio, o pontífice criticou a falta de ação dos países mais poderosos para encerrar o conflito, que segue causando morte e destruição.

Desde outubro de 2023, os bombardeios na Faixa de Gaza resultaram em 41,6 mil mortes e deixaram cerca de 100 mil feridos, além de destruírem 80% das infraestruturas essenciais do território. A UNRWA, agência da ONU que presta assistência aos refugiados palestinos, estima que 1,9 milhão de pessoas foram forçadas a deixar suas casas, o que corresponde a quase 90% da população do enclave vivendo agora em condições precárias e sem perspectiva de retorno.

A destruição das estruturas em Gaza também impactou gravemente as fontes de sustento da população. Imagens de satélite revelam que até 60% das terras agricultáveis foram devastadas, junto com poços, estufas e painéis solares. Com a severa restrição na entrada de alimentos, a fome extrema atinge cerca de 22% dos moradores da região, segundo um relatório da ONU de junho.

O Papa Francisco destacou que a escalada de ódio, iniciada há um ano, poderia ter sido contida se a comunidade internacional tivesse atuado com mais eficácia. Agora, a região enfrenta um cenário de destruição que deve perdurar por décadas, com impactos humanitários e sociais profundos.