Papa Francisco condena ataques de Israel, e afirma que vão ‘além da moralidade’
Chefe da Igreja Católica tem feito apelos pelo fim do conflito
O Papa Francisco expressou duras críticas aos recentes ataques aéreos de Israel no Líbano, que resultaram na morte do líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, além de civis não combatentes. Em uma rara declaração enfática sobre conflitos no Oriente Médio, o pontífice de 87 anos destacou que o uso excessivo de força militar “vai além da moralidade”.
“A defesa deve ser sempre proporcional ao ataque. Quando há algo desproporcional, você vê uma tendência de dominação que vai além da moralidade”, declarou o Papa durante uma coletiva de imprensa no avião papal, sublinhando que, mesmo em tempos de guerra, há normas morais a serem preservadas.
Nas últimas semanas, o Papa Francisco tem abordado com maior frequência os ataques de Israel, especialmente no contexto da guerra em curso contra o Hamas, que já dura quase um ano. Suas declarações refletem uma preocupação crescente com a escalada de violência na região e os danos colaterais sofridos por civis, especialmente crianças.
Críticas à escalada militar e apelo à comunidade internacional
A crítica mais recente do pontífice se segue a outro pronunciamento feito na semana anterior, no qual classificou os ataques aéreos israelenses no Líbano como “inaceitáveis”, apelando à comunidade internacional para agir e interromper o conflito. Francisco, que lidera 1,4 bilhão de católicos ao redor do mundo, destacou a necessidade de uma resposta internacional urgente para pôr fim às hostilidades.
“O mundo não pode assistir de braços cruzados enquanto vidas inocentes, especialmente de crianças, são ceifadas”, afirmou o Papa, referindo-se aos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, onde a situação humanitária se deteriora rapidamente.
A voz da igreja católica em Gaza
Em uma nota pessoal comovente, Francisco revelou que tem mantido contato diário com paroquianos católicos em Gaza. Segundo o pontífice, os relatos recebidos sobre as condições locais são desoladores, com testemunhos de “crueldade” e sofrimento exacerbados pelos bombardeios contínuos.
“Falo com membros de uma paróquia em Gaza todos os dias. Eles compartilham comigo a situação e as crueldades que estão acontecendo lá”, disse o Papa, reforçando seu apelo pela paz e pela proteção dos mais vulneráveis.