Por Nathália Shizuka

A TNT Sports fez uma publicação mostrando como seria o “rosto perfeito” do jogador de futebol Endrick, de 17 anos. A postagem, que foi removida após os comentários negativos, levou as acusações de racismo.

O padrão utilizado para compor um “rosto perfeito” é conhecido como ‘Máscara Phi’ ou ‘Divina Proporção’, criada pelo cirurgião plástico Steven Marquard e fundamentada no livro “Divina Proportione” de Luca Pacioli e Leonardo da Vinci, considera uma proporção matemática também conhecida como proporção áurea. A teoria não considerou todas as etnias, que são diversas, impondo como padrão de beleza um padrão europeu. 

Na ocasião da publicação, a TNT diz “O Endrick está de cara nova” e realiza diversas alterações, como diminuir o tamanho do nariz do atleta. Em nota, publicada hoje (16) a TNT afirmou que “errou em não considerar os aspectos raciais envolvidos na edição”.

Pré-Olímpico

Vale lembrar que na semana passada, a família do atacante foi vítima de racismo, na noite da última quinta-feira (08) após a partida entre Brasil e Venezuela no campeonato Pré-Olímpico de futebol.

O atleta publicou nas redes sociais um vídeo de torcedores adversários fazendo gestos imitando macacos na direção de seu pai, Douglas Ramos. O vídeo foi excluído na sequência. A CBF se posicionou sobre o ocorrido.

“A CBF repudia os atos de racismo cometidos contra familiares do jogador Endrick ocorridos na noite dessa quinta-feira no Estádio Brígido Iriarte, em Caracas, durante e após o jogo em que a Seleção Brasileira Pré-Olímpica venceu a Venezuela por 2 a 1.

As manifestações de criminosos com camisas da seleção adversária eram dirigidas notadamente ao pai de Endrick, Douglas Ramos. Eles faziam gestos imitando macacos.

Tão logo informado sobre o episódio, o chefe da delegação da Seleção Brasileira na Venezuela, Daniel Vasconcelos, em nome do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, se solidarizou com o atleta e seus familiares.

A CBF foi a primeira entidade nacional de futebol do mundo a adotar no Regulamento Geral de Competições a possibilidade de punir esportivamente um clube em caso de racismo. A novidade foi incluída no RGC de 2023. 

Desde 2022, a CBF faz uma série de campanhas de combate ao racismo no futebol. E conta com um Grupo de Trabalho que discute de forma permanente o assunto“, disse a CBF.

A Conmebol e a Federação Venezuelana de Futebol não se manifestaram. O Palmeiras, clube onde o jogador atua, fez uma postagem pedindo a responsabilização dos racistas.