Por Beatris Ferracioli

Subir ao pódio para os atletas significa concluir com êxito todo o tempo dedicado para a preparação do ciclo olímpico. O Brasil chega a Paris com 150 medalhas conquistadas, e três atletas podem ampliar o quadro de medalhas e também suas conquistas pessoais. 

O Ninja Esporte Clube apresenta os atletas e os feitos inéditos que eles podem alcançar nestes jogos. 

Mayra Aguiar, do judô

A judoca nascida em Porto Alegre, RS, acumula três medalhas de bronze, as conquistas ocorreram de forma consecutiva nos jogos de Londres 2012, Rio de Janeiro 2016 e Tóquio 2020. Assim, ela é a primeira brasileira a conquistar três medalhas olímpicas seguidas em esportes individuais

Paris será a quinta participação de Mayra, 32 anos, em Olimpíadas. A atleta disputará na categoria feminina de judô até 78 kg no dia 1º de agosto. Caso suba ao pódio, se tornará a primeira mulher do Time Brasil a conquistar quatro medalhas olímpicas. Atualmente, Mayra e Fofão (Hélia Souza), do vôlei, dividem o título das mulheres brasileiras com mais medalhas olímpicas, a ex-jogadora de vôlei tem uma medalha de ouro e duas de bronze. 

Vale ressaltar que tanto Mayra quanto Fofão são as únicas mulheres entre os 16 atletas brasileiros com três ou mais medalhas em Jogos Olímpicos. 

Apesar de ser uma das principais atletas cotadas a conquistar uma medalha, Mayra não participou de competições durante o primeiro semestre de 2024. Seu último torneio antes de Paris foi em dezembro de 2023, quando conquistou o ouro no Grand Slam no Japão, e bateu outro feito inédito: ser a primeira brasileira a subir ao topo do pódio neste torneio. 

O Judô é a modalidade que mais conquistou medalhas para o Brasil em Olimpíadas, ao todo foram 24, quatro de ouro, três de prata e dezessete de bronze.

Bruno Rezende, do vôlei de quadra

O capitão da equipe masculina de vôlei, de 38 anos, tem três conquistas olímpicas, uma medalha de ouro do Rio de Janeiro 2016, duas pratas de Londres 2012 e Pequim 2008 (quando ainda era reserva). 

Bruninho será novamente comandado pelo seu pai, Bernardo Rezende, em uma Olimpíada. Sete meses antes de Paris, a seleção brasileira passou por uma reformulação, com Bernardinho assumindo novamente o comando da equipe. A seleção tem um grande desafio até chegar na disputa pela medalha olímpica, o time está no Grupo B, que é composto por Polônia e Itália, primeira e terceira no ranking mundial respectivamente, além do Egito.

Antes dos Jogos Olímpicos, a equipe de vôlei masculina foi derrotada pela Polônia nas quartas de final da Liga das Nações. E há uma semana, antes do início dos jogos, ganhou dois amistosos contra a Alemanha. As duas últimas partidas mostraram como o capitão Bruninho continua com a mesma garra de quando ainda era estreante em Olimpíadas, correndo atrás de cada bola, mesmo que o ponto pareça impossível, além da técnica e habilidade, que podem ser conferidas no vídeo a seguir. 

O vôlei brasileiro estreia contra a Itália no próximo sábado (27), às 8h, horário de Brasília. A equipe vai em busca da sétima medalha brasileira do masculino, no total a modalidade tem 11 medalhas, entre a equipe feminina e masculina. Caso o time do Brasil suba mais uma vez ao pódio, o jogador Bruninho poderá igualar o seu número de medalhas com o seu ídolo Serginho, que tem dois ouros e duas pratas e é o atual auxiliar da seleção

Isaquias Queiroz, da canoagem 

Foto: Renato do Val/COB

O canoísta natural de Ubaitaba, BA, é o atual campeão Olímpico da disputa individual dos 1000m na canoa. Isaquias, 30 anos, conquistou quatro medalhas, um ouro em Tóquio 2020, duas pratas e um bronze no Rio de Janeiro 2016. Ele é o único brasileiro a ganhar três medalhas em uma mesma Olimpíada. 

O menino que com três anos teve o corpo queimado com água quente e aos dez anos perdeu um rim após cair de uma árvore e bater com força em uma pedra, pode em Paris colecionar mais um feito histórico. 

Isaquias disputará duas provas nas Olimpíadas, os mil metros na canoa individual (C1 1000m) e os 500 metros em dupla (C2 500m), com Jacky Godmann, entre os dias 6 a 9 de agosto. Caso conquiste o pódio nas duas provas, Isaquias se tornará o maior medalhista olímpico do Brasil, somando 6 medalhas. Atualmente, Robert Scheidt e Torben Grael, ambos da vela, carregam esse título com 5 medalhas cada. 

“Eu não tenho medo de falar que a gente vai chegar lá para brigar pelo ouro. Se você não sonhar pelo ouro vai sonhar pelo quê? Prata? Bronze?”, declara Isaquias para a série especial olímpica do Jornal Nacional da TV Globo. 

Na preparação para Paris 2024, o canoísta já garantiu mais duas medalhas de ouro na carreira, a conquista foi na Copa do Mundo de Canoagem que ocorreu na Hungria, na categoria C1 500m (prova que não está no programa Olímpico) e na C1 1000m.

Confira a lista completa dos 16 atletas com mais medalhas olímpicas do Brasil:

  1. Cinco medalhas:
    • Robert Scheidt, da vela (dois ouros, duas pratas e um bronze) 
    • Torben Grael, da vela (dois ouros, uma prata e dois bronzes)
  2. Quatro medalhas:
    • Serginho, do vôlei (dois ouros e duas pratas)
    • Isaquias Queiroz, da canoagem (um ouro, duas pratas e um bronze)
    • Gustavo Borges, da natação (duas pratas e dois bronzes)
  3. Três medalhas:
    • Marcelo Ferreira, da vela (dois ouros e um bronze)
    • Bruninho, do vôlei (um ouro e duas pratas)
    • Giba, do vôlei (um ouro e duas pratas)
    • Dante, do vôlei (um ouro e duas pratas)
    • Rodrigão, do vôlei (um ouro e duas pratas)
    • Ricardo e Emanuel, do vôlei de praia (um ouro, uma prata e um bronze)
    • Rodrigo Pessoa, do hipismo (um ouro e dois bronzes)
    • Fofão, do vôlei (um ouro e dois bronzes)
    • Cesar Cielo, da natação (um ouro e dois bronzes)
    • Mayra Aguiar, do judô (três bronzes)