Organização lança chamada para coletivos do litoral norte de SP por apoio de R$ 822 mil em prol da justiça climática
Fundo Brasileiro de Educação Ambiental (FunBEA) lança chamada Pública 2024 para fortalecer até 15 organizações e 4 lideranças jovens e comunitárias no Litoral Norte (SP)
O Fundo Brasileiro de Educação Ambiental (FunBEA) lançou uma Chamada Pública para fortalecer até 15 organizações e 4 lideranças jovens e comunitárias no Litoral Norte (SP). O objetivo é, por meio do fortalecimento institucional, expandir a intervenção territorial desses movimentos no campo da adaptação e justiça climática, incentivando a organização de comunidades resilientes. Serão destinados R$ 822 mil.
Busca-se, com isso, apoiar o desenvolvimento institucional de mais movimentos socioambientais na região, potencializando sua autonomia, o poder de decisão, a ação coletiva e política dos coletivos locais, onde reside a força de transformação e de regeneração socioambiental. É o que acredita também a Secretária Executiva do fundo, Semíramis Biasoli.
“As soluções climáticas acontecem no território, e quem as implementa são pessoas organizadas em coletivos e movimentos que precisam cada vez mais de reconhecimento e recursos. E com grande satisfação que descentralizamos recursos de diferentes fontes, fazendo-os chegar em quem já está com a mão na massa”, ressalta Semíramis Biasoli.
Segundo dados do Atlas Digital de Desastres no Brasil, somente no estado de São Paulo foram registradas 2463 ocorrências associadas com alagamentos, enxurradas, movimentos de massa, entre outros, com 775 óbitos, 414 mil desabrigados e desalojados e um prejuízo estimado em 19,12 bilhões de reais.
Um desses lugares atingidos e que sofreu grande impacto, foi o Litoral Norte de São Paulo, que recebeu mais de 600 mm de chuva em 24 horas no dia 18 de fevereiro de 2023. Diante da tragédia-crime, as organizações locais e lideranças comunitárias foram fundamentais para a regeneração de seus territórios, pois assumiram o papel de promover a conscientização e mobilizar esforços – sem precedentes – para enfrentar desafios socioambientais por meio de práticas criativas e inovadoras
Com as ações de regeneração do território, o fundo também está se mobilizando nesta nova chamada para pautar suas atividades nas Diretrizes de Educação Ambiental Climática, assim como havia feito em março deste ano, com o aporte de R$100 mil feito através da campanha “Quanto Vale: pela Reparação, Restauração e Regeneração Socioambiental do Litoral Norte de São Paulo” a dois coletivos locais: a União dos Atingidos, um movimento que busca fortalecer as famílias que foram atingidas pela tragédia climática na Costa Sul do Litoral Norte e a Amovila – Associação de Moradores da Vila Sahy, que atua há mais de 20 anos na região epicentro da tragédia , segundo o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).
Diretrizes para uma educação climática mais efetiva
Em 2023, o Fundo Brasileiro de Educação Ambiental (FunBEA), a partir da pesquisa sobre Educação Ambiental Climática, formulou 10 diretrizes com o objetivo de orientar ações de educação ambiental no enfrentamento da crise climática que avança sobre o planeta. As diretrizes foram elaboradas e submetidas a um processo de consulta pública, e lançadas no dia 19 de setembro com membros do Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática, Ministério da Educação, Fundo Nacional de Meio Ambiente, Pacto Global, Climate Reality, entre outras instituições. O projeto, que iniciou com uma pesquisa para entender o cenário da educação ambiental no país, contou com apoio do Instituto Clima e Sociedade (ICS), parceira do FunBEA como membros da Rede Comuá, além da parceria com o CEMADEN Educação – (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).
O FunBEA atua a partir de três pilares fundamentais: o formador, para promover aprofundamento e qualificação de educação ambiental crítica e sustentabilidade por meio de processos participativos; o pilar político, para fortalecer políticas públicas e participação da sociedade através de diálogos intersetoriais. E por fim, o pilar financeiro, que mobiliza recursos de forma descentralizada e reduz burocracias, com transparência e monitoramento da destinação das verbas para movimentos socioambientais e as populações mais afetadas pela emergência climática.
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Via assessoria