#Conheça: Werden – Arte para enfrentar a realidade em Aracaju (SE)
O acesso universal à arte e à cultura como bem indispensável, nisso se pauta a candidatura de Werden, artista paraense-sergipano que fez de Aracaju seu lar. Desde 98, quando chegou na capital para estudar, escreveu sua trajetória na música e no cinema. Conquistou uma bolsa para estudar teatro no Colégio Arquidiocesano, aprendeu violão e nesta mesma época […]
O acesso universal à arte e à cultura como bem indispensável, nisso se pauta a candidatura de Werden, artista paraense-sergipano que fez de Aracaju seu lar. Desde 98, quando chegou na capital para estudar, escreveu sua trajetória na música e no cinema. Conquistou uma bolsa para estudar teatro no Colégio Arquidiocesano, aprendeu violão e nesta mesma época entrou para o movimento estudantil. Como educador, deu aulas de ‘Mídia Jovem’, no Instituto Recriando. Sempre ouvindo os conselhos do pai seu Jurdino, trabalhador de hidroelétrica e de mãe dona Rosilda, professora da rede pública.
Sua atuação vai além dos palcos, alcançando movimentos sociais que lutam contra a desigualdade e que hoje, como pontua o próprio candidato, não encontram espaço de representação nas instâncias do poder. “Só na política a gente derruba esse sistema desigual”, aponta Werden que não se deixa cansar pelo sistema político que se apresenta. Ele conta que quando pensou em ir embora de Sergipe pela falta de oportunidades, rodou um tanto o Brasil e descobriu a potência que existe em seu território e por isso se dispõe como candidato a vereador.
“Como eu vim dessa realidade sem acesso à cultura, só televisão e rádio, eu tinha aquela coisa de ‘todo mundo tem direito de ter acesso à cultura’. Eu tenho direito de ser artista, pagar minhas contas, conseguir manter minha família e ter acesso a esse conteúdo.”
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Os primeiros passos no movimento social foram no ARC, movimento católico que Werden fez parte. Estudando descobriu a teologia da libertação e se encantou. Com o tempo foi adquirindo consciência política sempre ligado em suas memórias afetivas, na relação com as pessoas e na vivência, que dialogam com a teoria. Foi mesmo na prática, caminhando de sol a sol pelas ruas de Aracaju, cantando, atuando, ensinando e aprendendo, que sentiu a necessidade de se candidatar. Principalmente por presenciar e participar das dificuldades da maioria da população.
“Nunca acreditei que colocar o nome pra disputar o cargo é uma coisa do ego. Não acredito nisso. Eu acredito que você tem que ter um projeto coletivo e esse projeto precisa ser representado.”
A diferença no acesso a serviços essenciais, ao lazer e a cultura é massacrante. Além do poder econômico que acirra condições, a dificuldade de mobilidade de quem mora na periferia a trabalha no centro é a principal barreira. Como artista Werden sente na pele a ausência das políticas públicas para a cultura em Sergipe. Questões que só serão resolvidas com a força do coletivo, o ajuntamento de comunidades e a pressão ao poder público, por todos os meios possíveis. Representação que se faz necessária em uma terra tão cheia de cultura ancestral.