Um (quase) final de ano de tantos retrocessos
Há pouco mais de um mês, nasceu o Programa dos Estudantes NINJA, uma rede que integra estudantes de todo o Brasil, criada para possibilitar que estes alunos pudessem narrar, através de diferentes linguagens, o dia a dia nas instituições de ensino.
Por Victória Henrique / Estudante NINJA
Há pouco mais de um mês, nasceu uma iniciativa – de outra – que foi o Programa dos Estudantes NINJA. Inicialmente, uma rede que integra estudantes de todo o Brasil foi criada para possibilitar que estes alunos pudessem narrar, através de diferentes linguagens, o dia a dia nas instituições de ensino. Pessoas que vivenciam o prazer e o desconforto de usufruir do ensino público brasileiro, tornaram-se as próprias produtoras de conteúdos da sua rotina que, muitas vezes, é desgastante, mas ainda assim, prazerosa.
Foi a partir desse anseio de mostrar o que tem de melhor e também denunciar a ausência de investimentos nas universidades, institutos e colégios públicos, que os Estudantes NINJA fizeram a cobertura do Primeiro Tsunami da Educação que resultou em mais de 700 publicações no Instagram da rede com alcance de cerca de 5 milhões de pessoas. O resultado se repetiu e, pode-se afirmar, que até superou as expectativas nos atos seguintes que aconteceram a favor da educação pública, de qualidade, gratuita e socialmente referenciada por todo o país.
Com isso, foi nutrida uma grande comunidade de alunos “NINJA” que produzem todos os dias conteúdos que são postados nas redes sociais da Mídia NINJA e dos Estudantes NINJA. Como resultado desse crescimento insaciável de mostrar mais o outro lado da história, que se diferencia daquela contada pelo atual governo, foi criado o programa dos Estudantes NINJA, que acontece toda terça-feira, às 20 horas, no canal do Youtube da Mídia NINJA.
Já com mais de um mês de vida, o programa fornece rodas de conversas sobre temas que são invisibilizados nos grandes veículos de comunicação. Assuntos como “Pessoas com deficiência nas instituições de ensino”, “Cotas para quê?”, “Sem pesquisa, sem futuro” e “Autonomia universitária em risco” foram debatidos por professores e estudantes, trazendo a perspectiva daqueles que atuam na linha de frente contra os ataques à educação.
Em um momento que a comunidade acadêmica sofre constantes boicotes e é criminalizada, dar voz a ela resulta em um claro ato de resistência aos retrocessos que estão sendo implantados.
O programa dos Estudantes NINJA, daqui a pouco, completa os seus dois meses. No entanto, parece mais velho ao pensar que foram inúmeras recessões impostas pelo governo ao sistema educacional que fizeram com que se discutisse tanto sobre educação. Por um lado, sinto que, como estudante, cumprimos o nosso papel. Mas por outro, tenho a certeza que o governo está longe de cumprir um dos seus papéis fundamentais: o de proporcionar educação gratuita e de qualidade como direito básico a todos.
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