Setembro Amarelo: o sucesso é relativo
Nem tudo são flores. Especialmente quando se trata da percepção de nós mesmos por nós mesmos. Nunca seremos perfeitos aos nossos olhos e por isso tentamos ser para os outros.
Nem tudo são flores. Especialmente quando se trata da percepção de nós mesmos por nós mesmos. Nunca seremos perfeitos aos nossos olhos e por isso tentamos ser para os outros.
E isso é fatal.
Causa de suicídio, feminicídio, homicídio.
Uma vez assisti a um vídeo sobre um executivo americano que acreditava que jovens que não arrumam a própria cama não tinham a menor condição de mudar algo no mundo ou melhorar a própria vida. Lembro que dentro de casa já ouvi algo parecido, caso não conseguisse cuidar de meu trabalho doméstico não teria a menor condição de me tornar uma líder ou até mesmo uma executiva de sucesso. Isso me faz pensar: quais os parâmetros que usamos para medir o sucesso ou a capacidade de alguém? Significa que caso, um dia, eu não consiga lavar a louça, ou esteja cansada demais para passar aspirador naquele cômodo da casa que ninguém usa, deixarei de ser apta para os objetivos que criei? Ou que tal ficar uma semana sem lavar roupa, e colocar como prioridade fazer uma massagem ou ter um encontro bom? Deixarei de ter sucesso ou terei de adiar esse título?
Sucesso é uma palavra muito delicada, mexe com a gente. Todos queremos e almejamos. Mas existem vários tipos de sucesso: social, amoroso, profissional, acadêmico, etc. Muitas vezes nos esquecemos disso. Mas principalmente esquecemos que cada indivíduo tem sua própria percepção de sucesso.
Considero pessoas estúpidas, ríspidas ou agressivas, ineficientes e incapazes de conseguir algum tipo de sucesso em sua vida social e interpessoal, até mesmo com a família. Mas há quem diga que ter um bom carro ou uma boa casa mesmo estando nessas condições já tem sucesso suficiente, mesmo que seus melhores amigos sejam suas plantas e que ninguém aguente sua presença.
Sucesso é relativo.
Dentro das 15 habilidades mais procuradas pelo mercado de trabalho atualmente temos empatia, inteligência emocional e pensamento crítico. Considero as três importantíssimas. E pra mim é nelas que se baseiam o meu sucesso, porém, não só na vida profissional.
Empatia. Palavra engraçada, mágica. Lembro da primeira vez que ouvi e não tinha a mínima ideia de seu poder. Chamava de “se colocar no lugar do outro” e achei um encurtamento com tom culto da expressão que já usava. Hoje, não vivo sem empatia. Não consigo deixar em momento algum de ter empatia por qualquer ser humano na terra, salvo exceções como pessoas anti vacina, ou negacionistas (o que podemos considerar um defeito ou qualidade minha).
Inteligência emocional, habilidade que nos dá a entender que deveríamos ser mais maduros em uma DR, ou partir para um outro tipo de abordagem, mudar a atitude e controlar a reação.
Pensamento crítico. Sempre imaginam essa habilidade como uma forma de encontrar pontos negativos ou ruins em situações diversas, mas na verdade é a habilidade que nos ajuda a ponderar o que pode ou não ser proveitoso em uma situação.
Dito tudo isso, percebi que quanto mais fazemos menos nos valorizamos e mais se espera de nós. Mais cobrança, menos aceitação (de nós e dos outros). Menos empatia as pessoas têm com a gente e isso nos gera menos empatia com nós mesmos. Deixamos de ser inteligentes emocionalmente e paramos de pensar de maneira crítica sobre nossa situação. Perdemos as habilidades que nos estruturam para entendermos o nosso sucesso pessoal.
Então se eu pudesse te dar um conselho hoje seria, por você, desista. Desista de agradar qualquer pessoa que não seja você. Desista de mostrar sucesso aos outros, entenda que eles não terão a mesma visão de sucesso que você. Você precisa alcançar o sucesso que te baste e ele não virá de nenhuma aprovação que não seja o seu sentimento de pertencimento e aceitação. E eu sei que são coisas muito difíceis para nós mesmos, né? É difícil mas libertador, e só nós mesmos temos de saber quando alcançamos sucesso em algum objetivo. Agrade a você;
Por você, desista.