Os brasileiros e brasileiras comprometidos com os melhores destinos do Brasil pela via da justiça social têm consciência de que o país vive o momento político mais crítico desde o golpe jurídico-parlamentar que levou ao afastamento ilegal da presidenta Dilma Roussef da chefia do Executivo.

Aqui, como em 2016, é momento em que novamente as elites econômicas e o Legislativo federal operam contra a maioria da população que segue vivendo em seu cotidiano o peso de uma carga tributária imoral e regimes de trabalho desumanos. Paralelo a isso, sofremos o maior ataque internacional do nosso país, com os Estados Unidos ameaçando taxar nossas exportações em 50% caso a justiça brasileira cumpra estritamente o seu papel no que tange os processos que responde o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O custo dessa articulação – que vem promovendo o bolsonarismo a nível global para taxar o país – é um grave impacto econômico aos próprios setores que o apoiaram, a perda de empregos e prejuízos que sofrerão a população brasileira.

O embate entre os campos conservador e progressista – que nas últimas semanas trouxe esse tema para as instâncias de debate nas redes e nas ruas – aponta também para as escolhas do país nas eleições de 2026, em que a extrema direita pretende voltar ao Executivo e manter a maioria no Congresso que golpeia diariamente a maioria da população.
Nós entendemos que o principal caminho para a consolidação do Brasil como nação democrática e socialmente justa está no reconhecimento e apoio ao governo do presidente Lula como o agente mais capaz de fazer o urgente combate às desigualdades, que solapam a dignidade e a saúde de milhões de pessoas. E que também, é preciso que os projetos de desenvolvimento com justiça social saiam vitoriosos das urnas – do Executivo e do Legislativo – no ano que vem, de modo que a extrema direita não ameace mais a nossa institucionalidade ou tente boicotar o projeto majoritário vencedor de governar.

Essa perspectiva e o trabalho persistente do governo e das forças progressistas vêm pressionando o Congresso mais corrupto e antipovo que o Brasil já elegeu a atacar com vigor redobrado a população mais vulnerável e seus interesses. Ao ver a distribuição dos recursos apenas pelo viés eleitoral e oportunista, os deputados vêm sequestrando o orçamento e a prerrogativa do executivo de alocá-lo com critérios objetivos e transparência, através das emendas pix, destinando recursos públicos a redutos eleitorais.
A nossa elite econômica segue garantindo sua representação majoritária na casa e por consequência, que a agenda do que deveria ser a casa do povo funcionando a seu favor.
Este grupo – composto organicamente por pessoas de diversas áreas da sociedade – está atento a esse quadro e na defesa do governo e do povo brasileiro, alcançando marcos importantes na batalha contra os ataques à democracia, às instituições e à população. A mobilização nas redes teve participação importante no esclarecimento da população sobre as reais motivações do Congresso, atingindo milhões de pessoas e levando a questão das enormes desigualdades ao centro das discussões.

Agora nós sabemos que é preciso avançar. Nesse sentido, temos articulado os setores democráticos e progressistas com o objetivo urgente apoiar o alívio dos milhões de brasileiros que sustentam um sistema tributário e um regime de trabalho injustos e desequilibrados. São os que têm menos os penalizados por uma carga tributária desproporcional. Os mesmos que têm um das mais altas jornadas de trabalho (48 horas semanais) entre os países do G20. São os trabalhadores e cidadãos honestos que pagam uma conta (em impostos e horas de trabalho) que não deveria ser deles, mas daqueles que se beneficiam das estruturas tributária e de remuneração do trabalho brutalmente desiguais.

Vamos, assim, exigir que o Congresso Nacional atue com urgência para corrigir essas distorções históricas. E um passo essencial é a aprovação do que chamamos de “Pacote do Alívio”, composto por dois projetos.

  • A PEC Anti 6×1 (PEC 8/25) que põe fim à jornada de trabalho de 48 horas semanais, bem como à escala 6×1, permitindo que o trabalhador brasileiro tenha mais do que um dia de descanso semanal. Se aprovada, a proposta permitirá que as famílias brasileiras tenham mais tempo juntas e que o lazer se torne efetivamente um direito.
  • O PL do Alívio (PL 1087/25), que prevê a isenção total de imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil e redução na alíquota para quem recebe até R$ 7 mil. Para compensar esses descontos, a proposta prevê um pequeno aumento na alíquota de contribuintes que recebem altas rendas, isto é, mais de R$ 600 mil por ano. E o mais importante: se aprovado na íntegra, o alívio no bolso da população virá a partir de 2026.
    Nós, entretanto, acreditamos que o PL do Alívio só cumprirá o prometido se for aprovado como enviado, na íntegra. O risco de isentar os mais pobres sem taxar os mais ricos é o aumento da desigualdade e nós queremos equidade. E vamos atuar firmemente para defender que não haja alterações. Não aceitaremos interferências que venham preservar as injustiças do sistema.
    A sociedade demanda justiça tributária e regimes de trabalho dignos, o que neste momento significa o primeiro grande passo para a superação de injustiças entranhadas desde que o Brasil é Brasil. E esperamos que nossa mobilização contribua para a difusão dos mais elevados ideais por uma sociedade mais justa e por um congresso que seja verdadeiramente amigo do povo.

Este artigo foi escrito por mobilizadores da campanha Agora é a vez do povo:
Débora Baldin – Comunicadora e Internacionalista
Kriska Carvalho – Estrategista Digital e Mobilizadora de Redes
Lázaro Rosa – Consultor em Comunicação
Luan Gomes da Silva – Economista
Keila Silva – Contabilista
Rafaela Fernanda – Escritora