Nós já ganhamos!
É tempo de continuar a acreditar que a “boa vida” é o horizonte que escolhemos
A realização das ações de um adversário abominavelmente violento e conservador, que perde porque não tem valor moral, são os atos que visam a mercantilização das consciências.
Oferecer dinheiro para votar a favor do inimigo, dando um pedaço miserável de carne para o churrasco em troca de favorecer alguém que não é o seu favorito. Tudo isto é tirar partido das pessoas humildes e trabalhoadoras para trair o seu sentido e a sua esperança, é muito sujo, é indigno e sem escrúpulos.
As pessoas comuns, que só querem viver em paz e felicidade, já ganharam. E mesmo que não tenham a economia cotidiana resolvida, têm a abundância da sua dignidade e a coragem da sua cultura para resistir como têm feito durante dezenas e centenas de anos.
Como diz o nosso amigo Carlos Idrobo: Não se trata de triunfalismo, muitas das razões pelas quais Bolsonaro teve mais votos do que se pensava, é o efeito arrepiante do populismo de direita, a manipulação da fome aninhada no terror dos meios de comunicação, a compra de votos e de consciências, entre outras práticas do miserável, é o que faz esses resultados.
Não culpemos o triunfalismo, nunca seremos culpados da nossa alegria e otimismo, é isso que nos faz ganhar do fundo do nosso coração, é o triunfo das nossas memórias, é o triunfo de que mesmo que percamos, já ganhamos antecipadamente a força da luta, não culpemos a nossa alegria indomável, é isso que nos diferencia das calculadoras e dos estadistas, é a nossa fé carnavalesca, é a marcha insuperável da dignidade, da nossa vontade.
É tempo de continuar a acreditar que a “boa vida” é o horizonte que escolhemos, desde a coragem e ternura, dos nossos territórios de tambores, trombetas e cuícas que cantam olé, olé. É tempo de nos agarrarmos às mãos e aos olhos das nossas avós que, com a sua sabedoria, nos mostraram o caminho.
Estes serão dias difíceis e teremos de redobrar a nossa guarda. Estamos a apenas semanas de abrir novamente as janelas para deixar entrar a luz do sol. Continuar a defender a floresta, continuar a amarmo-nos uns aos outros sem perigo.