O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-RJ) está recebendo até o final de junho a mostra Cinema de Resistência – um olhar sobre o Brasil invisível, dividida por quatro módulos com exibição de filmes e debates: Ditadura e Memória, Povos Originários, Questões Femininas e Desigualdade. A cineasta Lúcia Murat é a homenageada em uma retrospectiva e participou da mesa de abertura, além de ter 34 obras dela na programação do evento, dentre elas 13 longas-metragens. A mostra também está sendo realizada no CCBB-SP até o dia 29 de junho. 

Lúcia Maria Murat Vasconcellos tem 76 anos e faz cinema desde a década de 70. Muitos dos seus filmes e documentários foram premiados em festivais nacionais e internacionais. Quando jovem no movimento estudantil, fez resistência à ditadura militar, se envolveu na luta armada e foi presa e torturada. Após três anos e meio encarcerada, se formou em economia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mas não exerceu a profissão. Foi no jornalismo e em contato com a televisão que acabou se encontrando na área do cinema e documentário, na qual se destaca até hoje.

Misturando ficção e realidade, seus filmes e documentários trazem também muito da sua experiência de vida. A maioria dos seus trabalhos tem a política, sobretudo a ditadura, como tema central ou de fundo. É a cineasta latinoamericana com o maior número de longa-metragens na carreira, ao todo quatorze, e em quase todos assinou a direção, roteiro e produção, o que é muito raro no meio. Seu primeiro filme, O pequeno exército louco (1984), sobre a revolução sandinista na Nicarágua, é uma grande aventura em meio à resistência contra a ocupação americana no país. Mas seu forte é falar sobre a nossa história, Quem bom te ver viva (1989) e Brava gente brasileira (2000), por exemplo, trazem a memória e identidade do Brasil.

Fotos: Marcelo Costa Braga

Na entrevista à NINJA ela fala sobre a importância das mulheres ocuparem cada vez mais espaços na produção cinematográfica, aponta as principais reivindicações da categoria e analisa o fenômeno da bilheteria Ainda estou aqui, que botou em evidência na sociedade o cinema político. Murat fala também sobre o seu último filme, Hora do Recreio, que foi lançado no Festival de Berlim, laureado com a Menção Especial do Júri Jovem na Mostra Generation 14 Plus, e ainda não chegou aos cinemas brasileiros, seus próximos projetos e faz uma leitura sobre a ascensão da extrema direita no Brasil e no mundo.

Você é homenageada e participou da abertura da mostra aqui no CCBB, seria legal falar sobre um dos títulos: Cinema de Resistência, Ditadura e Memória. 

O Brasil é um país sem memória sobre a ditadura, a escravidão e todas as tragédias que vivemos. Não temos museus, centros de memória, e isso é uma questão de política pública. É fundamental termos, porque a única possibilidade de ter futuro é conhecer o passado. As artes vêm fazendo um pouco esse papel com a literatura e o cinema, por exemplo, trabalhando essas questões desde o racismo à ditadura, particularmente da violência. Isso faz parte da minha memória individual, porque fui torturada e fiquei presa quase quatro anos durante a ditadura. Na medida em que comecei a fazer cinema, era impossível ter vivido aquela experiência ainda jovem muito no limite, sem que refletisse na minha vida. No entanto, não necessariamente todos os meus filmes falam sobre ditadura. 

Há uma tese de que o filme histórico não somente fala sobre a história que ele representa do passado, mas também do momento em que ele foi feito. Há uma diferença muito grande no momento em que fiz Que Bom Te Ver Viva, ainda muito próximo da ditadura, e do O Mensageiro, numa polarização do Brasil com outras questões. Trabalhei muito na indústria, tinha que cuidar da minha filha e pagar as contas, mas também tive o privilégio de sempre fazer um cinema autoral, no qual podia criar a partir das minhas vivências. Sempre partiu da situação que estava vivendo, mesmo sendo um filme sobre o passado. 

Em relação ao seu método de produção, do documentário e ficção, vi num papo seu que no meio das filmagens de O Mensageiro aconteceram coisas que você incorporou ao filme. Como se dá o seu processo criativo?

Tem duas coisas diferentes. Quando você está trabalhando com documentário, a realidade se impõe muitas vezes e você decide agregá-la ou não. O meu último filme, Hora do Recreio, que estava no Festival de Berlim e ainda não foi lançado no Brasil, mudou inteiramente em relação à proposta original. E tornou o filme até mais interessante, porque ele foi se transformando. Isso é uma questão muito própria do documentário, na medida em que você aceita que essa realidade interfira. Outra coisa é quando você está fazendo a ficção, que, normalmente, é um roteiro pré-estabelecido. Mesmo na ficção, trabalho muito com improviso e tenho muita ajuda dos atores. Permito que eles tenham liberdade, mas é óbvio que a gente ensaia muito esses improvisos. Mas, às vezes, você estando no set, numa locação, alguma coisa te puxa para um lado e você também pode criar ali. 

A questão da ditadura no cinema teve muita visibilidade recentemente com o Marighella e principalmente com o Ainda Estou Aqui.  É um reflexo também na sociedade de revisitar mais esse tipo de tema? Qual é a sua leitura? 

Quase não temos políticas públicas, se comparar com a Argentina, por exemplo, a gente tem muito menos filmes sobre ditadura. Faço isso porque é parte da minha experiência de vida, da minha memória individual. Ultimamente houve uma polarização muito grande, um governo Bolsonaro com um negacionismo, você tinha um discurso de que a ditadura não existia ou da ditabranda e coisas do estilo. Isso talvez tenha propiciado também que os filmes sobre ditadura agora tenham mais repercussão. Por outro lado, acho que o Ainda Estou Aqui trabalha também a questão da família, o que cria uma empatia muito maior. Não é só a vítima direta, mas esse horror de que a ditadura não foi somente um governo autoritário e terrível que massacrou, torturou, assassinou, mas que atingiu muitas famílias, mães e pais. Isso provoca uma empatia muito grande, ajudou a levar ao grande número de 5 milhões de espectadores, o que foi fantástico.

Os seus filmes, embora tratem a tortura com contundência, não têm uma exposição tipo um Estado de Sítio do Costa-Gavras. Ainda estou aqui também, não foi tão radical nesse sentido. Essa questão da estética e linguagem é importante no sentido de não impactar tanto a forma de inserção do tema na sociedade? 

Não acho que seja simplesmente uma questão de mostrar ou não a tortura. Particularmente, em nenhum dos meus filmes mostrei uma cena de tortura, porque tenho muito medo de que isso leve a uma espetacularização da violência. Mesmo no Que Bom Te Ver Viva, que é um filme que só fala de tortura, não tem nenhuma cena sobre tortura. Mas ele tem descrições e trabalha sobre o que isso provoca, de que maneira a pessoa consegue sobreviver àquilo.

Já vi você falando da dificuldade na captação de recursos, até citando aquele monte de logo que entra na abertura dos filmes por conta disso. Quais são os principais embates nessa questão do fomento? 

Fotos: Marcelo Costa Braga

Tenho quase 40 anos de cinema, então vivi vários períodos. As diferentes dificuldades nunca deixam de existir. Você tem a ditadura com censura, um colapso que acabou com a Embrafilme de um dia para o outro. O Que Bom Te Ver Viva estava sendo distribuído, e tinha que pegar a cópia 35mm para uma série de festivais internacionais. Isso atualmente posso falar: um funcionário lá de dentro, pois tinha guarda na porta, me deu a cópia por cima do muro. É um absurdo, então tem todos os tipos, o ciclo brasileiro é muito difícil. O Pequeno Exército Louco, por exemplo, primeiro documentário que fiz, entrei com o roteiro na Embrafilme, foi apoiado e logo depois teve a censura. Para a Frente, Brasil, do Roberto Farias, o primeiro filme que falava sobre tortura, teve uma intervenção. O Celso Amorim era o presidente, foi defenestrado e aí todos os filmes com política foram suspensos de um dia para o outro. Foi o meu, O Cabra Marcado Para Morrer, do Coutinho, etc. Depois do Collor tem o início da retomada, um período que vai crescendo, FHC, os governos Lula e Dilma. Quando entrou o Temer, a gente estava com 150 filmes ao ano com uma produção mais estruturada, começando a discutir o grande problema da distribuição, que nunca deixou de existir. E aí voltou a zero com Bolsonaro, porque os editais sumiram e nem produzir dava mais. Em suma, é difícil, mas a gente está aí. 

O governo atual está dando uma atenção adequada ao meio da cultura do audiovisual, do cinema? As expectativas estão sendo correspondidas?

A gente está com várias reivindicações. A principal é a VoD (Vídeo sob Demanda), que ainda não conseguimos e é fundamental. Isso existe em qualquer país decente, você tem na França, na Argentina e aqui simplesmente é uma selvageria. Os streamings existem e não pagam nada. Todos pagamos impostos, mas eles não pagam e fazem o que querem. Estamos com essa discussão toda, porque tem um projeto na Câmara e estamos apoiando e pressionando muito no sentido de que o governo tome uma posição. Diante de todos os problemas que o governo Lula tem, talvez a gente não seja a prioridade, mas pressionamos. 

Você falou que a distribuição sempre foi um grande problema. Tem cada vez menos salas de cinema e o preço também não é barato. Qual é o debate em torno disso? 

Um dos filmes na mostra é sobre a Carmen Santos, uma das pioneiras do cinema de mulher no Brasil, uma pessoa interessantíssima, que faz um discurso em 1930 sobre a dificuldade de colocar um filme brasileiro nas telas em função da pressão dos filmes americanos. Em 1930! Isso é um problema crônico e muito difícil. Quando comecei a fazer cinema e peguei só o finalzinho da Embrafilme, tinha a grande vantagem que ela era distribuidora. Ao mesmo tempo que distribuía Os Trapalhões, distribuía o Que Bom Te Ver Viva. Foi para Belém do Pará, entendeu? Ela tinha a capacidade de distribuir para o Brasil inteiro. É óbvio que a situação mudou, você nem tem mais cinema no Brasil inteiro. 

Os novos suportes são maravilhosos, temos a possibilidade do filme não terminar na tela e ir para a televisão, o streaming, etc. Mas isso tem que ser regulado, porque senão vira selvageria, como aconteceu. Os streamings hoje não passam filme brasileiro. 

Quando passam, você não vê porque está perdido lá no catálogo e não tem divulgação. Tenho alguns filmes que foram para esses streamings grandes, não digo o SPCine Play, por exemplo, que é muito bom, porque o grande é o nosso problema. Eles têm muita força, ganham muito dinheiro e não pagam nada. Então, toda a discussão da regulação não é só sala de cinema hoje. A cota de tela foi suspensa, que se refere só ao cinema, durante o governo Bolsonaro. Conseguimos que voltasse esse ano, mas é muito restrito porque só ela também não interessa. Põem a cota de tela às duas horas da tarde de uma quarta-feira, quem vai ver? Ninguém. Então, tem que ter outras regulações e estamos levando essas discussões.

Nesse horário não daria para utilizar as salas para potencializar a ida de jovens ao cinema? Tem discussão dessas possibilidades em termos de política pública? 

Fotos: Marcelo Costa Braga

Tive uma experiência fantástica no lançamento de O Mensageiro, mas a gente ganhou a Lei Paulo Gustavo e botou metade do dinheiro só para levar jovens do ensino médio da rede pública ao cinema. Foi muito legal, porque a perspectiva não era só levar para uma salinha vagabunda da escola para ver um filme. A maior parte deles nunca tinha ido ao cinema e obviamente está acostumada a ver filmes de ação. Foi uma surpresa incrível eles conseguirem ver o filme, que é um drama, ficarem sentadinhos e tal, e depois participarem do debate. A maior parte dizia que tinha estudado ditadura, mas era uma paginazinha do livro de história. Outra coisa é ver a dor, que é uma coisa que o cinema permite. 

Você veio de uma geração politizada, se discutia cinema nos bares após os filmes,  como você vê a percepção dos jovens em relação ao cinema hoje? 

Minha filha é uma excelente cineasta, inclusive ganhou o Leopardo de Ouro em Locarno há dois anos. É óbvio que essas gerações vêm com outras preocupações, como as de identidade, do racismo, gênero, tudo isso é uma discussão muito legal e presente. Na minha geração praticamente não teve, porque a gente foi absorvida na luta contra a ditadura. Ao mesmo tempo, acho que a questão social, que é fundamental no Brasil, precisa também ser discutida. Senti isso nessa experiência junto às redes públicas, é muito triste ver a pouca informação. Não da geração de cineastas jovens com uma linguagem diferente, que estão preocupados ainda com esse Brasil real e desigual cheio de problemas. É impressionante a distância entre essa classe média de elite dos meninos da rede pública do interior do estado do Rio por conta dessa desigualdade. Ao mesmo tempo, fiquei muito surpreendida ao ver professores que ganham uma miséria e são extremamente dedicados mesmo com tudo sucateado, e isso dá um pouco de esperança.

A Fernanda Montenegro é uma estrela há muito tempo, e agora a filha dela ganhou. Muitas atrizes tiveram muita visibilidade, mas não ocorre o mesmo na direção. Fale sobre a necessidade de mais mulheres nos espaços de poder do cinema.

Na mostra tem um vídeo sobre a Carmen Santos e um sobre a Gilda de Abreu, que são as duas consideradas precursoras. A Gilda foi 52, fez O Ébrio, uma das maiores bilheterias do Brasil e não conseguiu dar o final que queria, porque a indústria mandou que fosse diferente. Em suma, uma mulher traidora que tinha que ser punida. E a Carmen Santos, uma pessoa com uma visão mais crítica sobre a importância do cinema brasileiro. Quando comecei tinha poucas mulheres que faziam cinema: Tizuka Yamazaki e Suzana de Amaral, sou meio intermediária entre elas, e vem depois a Tata Amaral e Laís Bodansky, que eram as curta-metragistas. O Festival de Berlim fez uma mostra em homenagem à retomada do cinema brasileiro e escolheram seis filmes para passar. Dos seis, metade era de mulheres. Obviamente que 50% da produção da retomada não era de mulheres, mas acho que a gente veio com um ímpeto muito grande e uma capacidade subversiva de não respeitar padrões. A situação mudou muito de quando comecei para agora, principalmente na equipe técnica. Quando fiz o Que Bom Te Ver Viva, a equipe era inteiramente masculina, inimaginável ter mulheres na equipe de câmera. Tinha que fazer muita cara feia para poder ser respeitada, eu ainda tinha a vantagem de ser ex-presa política (risos). Brincadeiras à parte, quando fiz o Praça Paris foi incrível, porque nas discussões sobre as definições do filme, como arte, figurino, câmera, etc, só tinha mulher na mesa. Era uma festa, uma sensação muito mais à vontade, de muito mais criatividade. Essa mudança foi incrível, no O Mensageiro, pela primeira vez tive na chefia de elétrica uma mulher e foi muito bom. É óbvio que toda a mudança tecnológica está permitindo isso também, não tem mais equipamentos tão pesados. Mas na relação de mulheres na direção e no roteiro, que é onde realmente você imprime mais a sua visão, se manteve mais ou menos em torno de 20% desde a retomada. Isso realmente é uma das grandes brigas que as mulheres cineastas têm para tentar aumentar essa percentagem, que é pequena no mundo inteiro, não só no Brasil. 

Como isso se reflete no resultado, tem características exemplificando a importância? 

Se você estiver fazendo um cinema industrial, não faz muita diferença se é mulher, homem, trans, o que for. Você está apertando o botão. Então, a definição não é a sua. Mas no cinema autoral, não. Você está imprimindo a sua experiência de vida, isso faz uma diferença muito grande. Por isso que se quer abrir, ser mais inclusivo, e que é preciso mais mulheres, mais negros, mais trans, etc, para ter essa possibilidade de ter diversas visões. 

O avanço tecnológico cada vez mais rápido, agora com a inteligência artificial, te assusta? 

Acho que a IA não chegou ainda. Tem uma discussão muito profunda, e está todo mundo ainda meio perdido. A mudança tecnológica eu vivi, porque comecei a fazer cinema ainda analógico, não tinha nada digital. Começa depois no som, depois com a câmera e tal. Evidente que essa mudança significa principalmente questão de tempo, e mudanças internas também. Por exemplo, o tempo que você levava na produção era muito maior do que na pós. Atualmente, se está havendo um problema no set você resolve na pós porque você pode interferir. Então, essas mudanças talvez não tenham mudado tão radicalmente.

Quando a gente fazia filme, eram dois, três anos gastando uma grana.

Fotos: Marcelo Costa Braga

Era tudo calculado né, se gastava com os fotogramas etc.

É óbvio que era tudo mais pensado. Hoje não, você cria muito mais na pós do que na gravação. Tem vantagens de filmar mais, ter mais takes. Difícil dizer, tem prós e contras, como tudo na vida. Agora, há realmente algo que está por vir que a gente não sabe. Tem essas fantasias de ficção científica que vão tomar conta, mas até hoje não tomou. 

Já vi você dizendo que os porões da ditadura chegaram ao poder com Bolsonaro, essa atmosfera de polarização, etc. Qual é a sua leitura da conjuntura e perspectivas do processo político? 

É muito amedrontador e não só no Brasil, mas em todo o mundo. Agora no festival de Berlim a extrema-direita foi o segundo partido mais votado, é assustador. O campo de concentração e a Segunda Guerra são tão recentes, como é que pode? Itália, na França, o crescimento da Marine Le Pen, Portugal, etc. Isso me assusta muito, com toda a história da humanidade a gente ter esse crescimento da extrema-direita no mundo. Não acho que seja uma questão só do Brasil, mas sim da humanidade diante de tantas histórias. Acho que o sul está até numa situação melhor que a do norte, porque estamos longe das guerras da Ucrânia e de Gaza. E temos diversos países com governos progressistas na América Latina, porque na época das ditaduras na nossa região era o horror de governos autoritários. Uma coisa que me assusta muito também é a questão das redes sociais, porque são utilizadas por essa extrema direita com uma capacidade e falta de escrúpulos muito grande. As fake news são feitas sem qualquer critério, é uma questão complicada essa tecnologia diante das questões éticas.

Quais os seus próximos projetos, está produzindo algum filme?

Vamos lançar o Hora do Recreio em agosto e estou terminando um filme para o Canal Curta, que é vinte anos depois do Maré – Nossa História de Amor com a história de alguns personagens que são muito interessantes. Bailarinos incríveis, o Babu Santana, fala muito sobre a vida deles. E começamos a filmar também a história do assassinato do Lamarca e do Zequinha no sertão da Bahia, tem um memorial e o Zequinha morava na região e era meu amigo. É uma viagem de reminiscências minha e de outros amigos, fizemos um road movie quatro dias do Rio pelo sertão. A ideia é reviver essa história toda e mostrar o que está acontecendo lá no Memorial, tem uma procissão feita com um bispo no dia da morte. No resto do Brasil ele é considerado um capitão terrorista e lá tem uma procissão religiosa. Esse filme deve ser para o ano que vem.