André Cavalcante Pereira

Diante das problemáticas contemporâneas da humanidade é preciso rever a relação humana com o meio ambiente e assim ter uma nova perspectiva de vida em sociedade. Neste artigo, construído com base no livro “Emergência climática: O aquecimento global, o ativismo jovem e a luta por um mundo melhor”, escrito por Matthew Shirts em parceria com o Greenpeace Brasil, abordo a cronologia de medição da temperatura global dos primórdios aos dias atuais. 

Se hoje pode-se dizer de fato, que a temperatura da terra vem aumentando vertiginosamente, é porque os dados são coletados desde o século 19. Precisamente, desde o ano de 1850 pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (Nasa), pela Agência Meteorológica do Japão (JMA), pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica Norte Americana (NOAA) e pelo Met Office do Reino Unido.

Já os dados sobre a emissão de gases de efeito estufa foram medidos pela primeira vez, no ano de 1958 pelo climatologista Charles David Keeling no observatório de Mauna Loa no Havaí. Adiante, em 1970, empresas petroleiras e de gás também financiaram pesquisas e confirmaram o aumento de temperatura da Terra, que tiveram seus resultados ignorados e omitidos diante da possibilidade de prejudicar a imagem de seus produtos e afetar seus lucros. 

Em 1990, saiu o primeiro relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), criado em conjunto com mais de 200 cientistas e contendo pesquisas desenvolvidas em todos os continentes do planeta. O relatório apontava que os gases de efeito estufa emitidos por atividades humanas estavam aumentando a temperatura da Terra. 

Em 1992 foi publicada uma atualização do relatório, confirmando o que os cientistas tinham dito antes, embora compreendido e aceito pelas autoridades da época, foi relativizado e não tido como um perigo iminente. Em 1996 o segundo relatório do IPCC confirmava com mais intensidade o aumento da temperatura.

Em 1997 foi criado o protocolo de Kioto (negado pelos Estados Unidos) baseado no relatório do ano anterior. O terceiro relatório foi lançado em 2001 adiantando que o aumento da temperatura da terra poderia ser bem mais alto do que se imaginava. Em 2007 no quarto relatório ficou claro que não havia mais dúvida de que o aquecimento global é causado pelo ser humano e já estava gerando impacto em ecossistemas mundo afora.

O quinto relatório publicado em 2014 destacou que os níveis de gases de efeito estufa eram os mais altos já registrados, criando base científica para o acordo de Paris assinado por 197 países em 2015, onde os líderes mundiais se comprometeram em reduzir a emissão de gases de efeito estufa Em 2016 na cidade de Nairóbi os cientistas debateram se era possível combater as mudanças climáticas resultando no Relatório Especial de Aquecimento 1,5°C, sendo lançado em 2018 na Coreia do Sul, mostrando que sim, é possível manter o aquecimento global abaixo do 1,5°C , sendo preciso cortar as emissões de gases de efeito estufa em 45% de 2010 a 2030 e zerar as emissões até 2050.

Em 2021 foi publicada a primeira parte do sexto relatório do IPCC, confirmando os dados e a pressa das pesquisas anteriores, deixando claro que o aquecimento já ultrapassa o 1°C e os impactos são visíveis, como secas, furacões, ondas de calor e chuvas intensas. 

Com base nas pesquisas anteriores chegamos à Conferência das Partes de número 30. Fica evidente a existência de uma Emergência Climática e que todas as grandes indústrias poluidoras sabem do perigo iminente que corremos, reforçando que, para alcançarmos as metas ambientais é necessário a participação direta de todos as camadas da Sociedade Civil. 

Foto: André Cavalcante 

Acompanhamos a negligência e interesses políticos, chegamos ao estado de emergência atual, onde, os líderes mundiais, federais, estaduais e municipais estão imersos em uma ideologia capitalista colocando o lucro a frente de tudo e influenciando a sociedade com a ilusão de riqueza. Precisamos urgentemente sensibilizar a humanidade e transformar o planeta em um lugar justo, equitativo e agradável para todas as formas de vida existentes.

*As opiniões expressas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor, produzidas durante a cobertura colaborativa da COP30.