Levantar barracos, proteger da chuva, assegurar a sobrevivência de milhares de famílias em uma ocupação por moradia. Essa é a luta de Jussara Bastos, Débora Lima e Tuca do MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – na cidade de São Paulo. Agora candidatas em uma mandata coletiva, as três querem ocupar a Câmara e modificar as estruturas do poder. Com o golpe em curso no Brasil desde 2016, todos os olhares progressistas e de esquerda se voltaram para o trabalho de base, lugar onde Jussara, Débora e Tuca sempre estiveram. E sentindo a ausência de políticas públicas no dia a dia, a repressão do Estado e a indiferença de parte da sociedade.

Como trabalhadoras de base, lutando ao lado de idosos, crianças, famílias inteiras em busca de moradia digna, saúde, educação e segurança, já vivenciaram momentos de ação direta e luta na prática pelos direitos. Seja quando ocupam as instâncias do poder para cobrar ou na resistência às forças de segurança em momentos de remoção. E todo esse acúmulo e construção coletiva em quase uma década se transformam em motivação e persistência para lidar com a política institucional.

“Eu entendi que eu deveria fazer parte da mudança e ser uma militante, a partir do momento em que pisei em um assentamento do MTST e vi o verdadeiro significado da coletividade e que nós somos a maioria.” – Débora Lima.

 

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“Quando eu era mais jovem eu e não pensava na política, porque não havia espaço para mulheres negras, mães solteiras e periféricas. A partir da minha luta por moradia dentro do MTST eu entendi que a gente poderia ocupar esses espaços.” – Tuca.

Jussara Bastos é militante do MTST há 8 anos, Débora Lima também e organiza a ocupação Marielle Vive na Zona Norte de São Paulo, já Tuca atua em Itaquera na Zona Leste e também faz parte da liderança do movimento Copa do Povo do MTST. Durante toda a história do MTST, nos períodos eleitorais toda a força de mobilização e luta se dedicava a conter os retrocessos, o conservadorismo e as elites. Nesse momento em que o retrocesso já é uma realidade a pressão deve vir de entro pra fora. Missão que o trio assumiu com a força das comunidades que representam.

“Nós três juntas somos as pessoas que podem trazer essas mudanças porque viemos da base. E entendemos que é de baixo pra cima que as políticas públicas precisam ser criadas pra que sejam efetivas essas mudanças.” – Jussara Bastos.

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