“Eu nunca penso no futuro. Ele não tarda a chegar.”
Albert Einstein

Para quem jogou ou joga Monopoly a ideia de dinheiro fictício é bem comum, uma moeda que dentro de um espaço/universo determinado possibilita poder de consumo e negociação dentro daquele espaço. Assim também funcionam as NFTs.

NFT é a sigla em inglês para non-fungible token (token não fungível, na tradução para o português). Para entender bem o que é essa tecnologia, primeiro é importante saber o que significam os termos “token” e “fungível”.

O Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH) abriram caminho para o surgimento de novos formatos de ativos digitais que atraíram milhares de investidores e movimentaram bilhões de dólares. O NFT é um deles.

No universo das criptomoedas, um token é a representação digital de um ativo – como dinheiro, propriedade ou obra de arte – registrada em uma blockchain, tecnologia que nasceu com o BTC no final de 2008. Exemplo: se uma pessoa tem o token de uma propriedade, significa que tem direito àquele imóvel – ou parte dele.

Em entrevista ao Flow Sport Club, em 13 de Outubro de 2021, o skatista lendário e empresário Bob Burnquist fala sobre sua experiência com NFTs, como investidor e como artista que comercializa sua produção numa plataforma de negócios virtual.

Fizemos algumas perguntas para o artista Eryk Souza (@kyreryk), que usa NFTs, ele é ilustrador e quadrinista da Cidade de São Paulo. Sua arte é uma alegoria sci-fi sobre seus desejos, medos e buscas estéticas. Suas referências estão no mangá, quadrinho francês, Anime, desenho garatuja e cidades do terceiro mundo. Lançado pela Editora Mino, em 2020, a HQ “Pomo” é um quadrinho sci-fi sobre sexualidade e religião que usa a metáfora da mecanização da carne como simbologia da opressão religiosa.

HA: Quando você conheceu as NFTs?
ES: Começo de 2021.

HA: De quando você conheceu para a utilização da tecnologia demorou muito tempo? Foi um processo muito burocrático?
ES: Um pouco. Já queria entrar assim que vi as peças na minha timeline mas estava no meio de alguns trabalhos e não conseguia focar nisso. Aí, em outubro de 2021, um amigo artista, @ggabrielkoi, me passou os primeiros passos, ele e o @andreoliveira.cebola, ambos artistas incríveis da cena, me ajudaram a dar o start. Ainda estou aprendendo e lendo sobre, mas não acredito que chegue a ser um processo burocrático, é só algo novo e por ser novo ainda está em evolução e descoberta.

HA: Você investe em criptomoedas?
ES: Estou começando a comprar trabalhos de artistas que admiro, acredito que isso também é investir.

HA: Indica alguma plataforma de negociação? Tem alguma criptomoeda de preferência?
ES: objkt.com, hic.af, teia.art… elas usam o Tezos, e por ser uma moeda mais barata comparada às outras é mais acessível e democrática para artistas e colecionadores que gostam de arte digital. Estão brotando possibilidades infinitas, como pagamento em restaurantes ou usar NFT para aquisição de imóveis, mas o futuro mais palpável e próximo de mim que sou artista freelancer é a possibilidade de aperfeiçoar cada vez mais minha narrativa e estética e ainda por cima ser remunerado por isso. É um processo de afirmação muito positivo para a minha criatividade e quero cada vez mais seguir esse caminho.

HA: Você vê as NFTs como sua principal fonte de renda?
ES: Tô colhendo bons frutos, pagando as contas e investindo em materiais, então é um bom sinal para o sim.

HA: Uma dica para artistas que querem investir em NFTs:
ES: Sigam sua vontade de aprender e produzir e não permitam que opiniões contrárias interferiram nisso.

Uma das plataformas facilitadoras que temos no Brasil é Rarum, que é uma combinação entre tecnologia e sustentabilidade ambiental

A Rarum proporciona uma plataforma que permite ao usuário oferecer NFTs colecionáveis ​​e envolva clientes e fãs em uma experiência personalizada.

A experiência de compra é simples e segura. Podendo ter vendas diretas (e-commerce) e peer-to-peer (marketplace), sem a obrigatoriedade de negociações com criptomoedas, podendo ser pago com PIX, cartão de crédito ou débito.

Dos ativos físicos aos digitais, qualquer coisa que você imaginar pode se tornar um item colecionável e gerar impacto positivo ao meio ambiente.

As NFTs são uma realidade e muitos artistas do mundo já tem nessa fonte de renda seu principal ativo, seja negociando direitos autorais ou tiragens limitadas exclusivas para plataformas digitais, o token, essa forma de negociação, está entre nós.

* Henrique André é designer gráfico, escritor e pesquisador Afrofuturista que busca inspiração no cotidiano e na ancestralidade. Está no Coletivo “O futuro é preto”, grupo voltado para ações de tecnologia, inovação, educação e cultura por um olhar afrodiaspórico.