Por Helena Crestan

No dia 17 de maio, celebramos o Dia Internacional Contra a LGBTfobia ou, o Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia (IDAHOBIT, na sigla em inglês), uma data que carrega consigo um peso histórico e social imenso. Em 1990, a Organização Mundial da Saúde retirou a homossexualidade da lista de doenças mentais, um marco que ainda reverbera em nossa luta por igualdade e respeito. No Brasil, contudo, essa celebração é temperada por uma dura realidade: o país é um dos que mais mata pessoas LGBTǪIA+ no mundo, evidenciando a urgência de se discutir e combater a LGBTIfobia em todas as suas formas.

A sociedade brasileira, com suas complexidades e contrastes, reflete tanto avanços quanto retrocessos na causa LGBTǪIA+. De um lado, temos conquistas importantes, como a legalização do casamento homoafetivo e a possibilidade de retificação do nome e gênero em documentos oficiais. De outro, enfrentamos uma onda conservadora que tenta suprimir esses direitos e perpetuar a discriminação. A violência, tanto física quanto psicológica, ainda é uma realidade cotidiana para muitos LGBTǪIA+ brasileiros, exigindo uma resposta firme e contínua da sociedade civil e das instituições.

Para construirmos uma sociedade verdadeiramente diversa e inclusiva, é imperativo que façamos um caminho de conscientização e educação. A LGBTIfobia é fruto da ignorância e do preconceito enraizados, e só será combatida com a disseminação de informações corretas e a promoção de um ambiente de respeito e aceitação. É necessário que as escolas, os meios de comunicação e as políticas públicas trabalhem juntos para desmistificar questões de gênero e sexualidade, promovendo o entendimento e a empatia.

Além disso, é crucial que as vozes LGBTǪIA+ sejam ouvidas e valorizadas em todos os espaços. A representatividade é uma ferramenta poderosa na luta contra a invisibilidade e a marginalização. Políticas afirmativas e a presença de pessoas LGBTǪIA+ em posições de destaque ajudam a criar um cenário onde todos podem se ver refletidos e respeitados.

No Dia Internacional Contra a LGBTIfobia, mais do que comemorar, devemos refletir sobre os desafios que ainda persistem e renovar nosso compromisso com a construção de uma sociedade que celebre a diversidade. Somente com ações concretas e uma mudança cultural profunda poderemos garantir um futuro onde todos, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero, possam viver com dignidade e segurança.