Destruição da educação: Não é apenas negligência, é projeto!
Não é simplesmente negligência. Por mais que pareça. O negacionismo na condução da pandemia é um disfarce – evidentemente muito mal feito – à necropolítica que permeia todas as escolhas e prioridades de Bolsonaro.
Por Bruna Brelaz, estudante e ativista do movimento estudantil brasileiro, atual presidenta da União Nacional dos Estudantes.
O governo Bolsonaro retrocede a educação e barra o desenvolvimento do país
Não é simplesmente negligência. Por mais que pareça. O negacionismo na condução da pandemia é um disfarce – evidentemente muito mal feito – à necropolítica que permeia todas as escolhas e prioridades de Bolsonaro.
É preciso ficar atento – e forte: o Governo cria narrativas fantasiosas para tentar empurrar seu verdadeiro projeto.
E o mesmo acontece na forma como conduz a educação. Parece que estamos cercados, pura e simplesmente de uma gestão incompetente, sem conhecimento dos valores, necessidades e importância de políticas a área.. Claro, trata-se de incompetência, sim. Mas não apenas.
Há um projeto em curso – e avançando rapidamente – de desmonte da educação pública e democrática e ele está sendo anunciado pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro, em diversas declarações e ações. E, não nos enganemos: as recentes atrocidades ditas pelo ministro, reforçam o que já estava sendo realizado no MEC ( Ministério da Educação).
Existe algo de muito podre acontecendo no MEC. A pasta que deveria conduzir a educação no país, colocar condições para o seu desenvolvimento, está sem direção, sendo apenas uma extensão
do pensamento conservador e de sucateamento público.
A “Universidade deve ser para poucos”, fala indefensável do ministro em entrevista e acrescentando, dias depois, de que não é indicado fazer universidade porque não tem emprego, são acompanhadas – claramente sem qualquer coincidência – de cortes nas bolsas do ProUni e nas vagas para o Fies.
A UNE protocolou um pedido de audiência com o Ministro Milton Ribeiro para levar as urgentes reivindicações dos estudantes brasileiros e cobrar ações para que não ocorra um “apagão no ensino superior” a partir desse ano.
Mesmo diante de tantas urgências, coloca a pauta de regulamentação do Homeschooling como prioridade . E, por outro lado, temos um ENEM com menos inscritos da história, desde que tornou-se o meio de acesso às universidades, que por conta de regras injustas e que não ponderam a grave crise que atravessamos,deixaram de fora milhões de estudantes de baixa renda que não obtiveram isenção, por terem ficados isentos – em meio a um momento de “segunda onda” arrasadora no país.
A UNE, a UBES, a Educafro e partidos políticos estão lutando para reverter a situação no STF e reabrir as inscrições. Nosso lema é “nenhum estudante fica para trás”
Na educação, tenta criar essa narrativa mentirosa de que não vale a pena ser universitário – sendo que o Brasil tem menos de 20% de jovens no ensino superior – atrás de países vizinhos como Chile, Colômbia e Argentina, tomando como justificativa por outra incompetência do governo: o crescente desemprego.
O governo Bolsonaro representa a decadência, a desigualdade, o desemprego e a fome. Sem apresentar, propor e debater saídas.
Pelo contrário, cria o caos, “cortinas de fumaça”, ameaça a democracia, tenta passar “boiadas” em todas as áreas e cria um cenário de incertezas para o futuro.
Não deixaremos que os sonhos de milhares de estudantes sejam destruídos, nem assistiremos o país retroceder, por isso a UNE chama o Brasil para atentar seus olhos ao desmonte da educacão, sabemos que existem saídas, e nenhuma delas ocorrerá por meio de um governo que odeia o conhecimento, o pensamento crítico, a cultura e estudantes. Vamos jogar esse projeto e esse governo na lata de lixo da história.