Cotas raciais no Brasil: história e reflexões.
A história do Brasil em momento algum reconheceu a importância dos negros para a estruturação do país e nem o sofrimento negro que ao longo dos anos. Por isso, é preciso defender as cotas raciais.
Pela Estudante NINJA Jessica Ferreira, 19 anos, Unesp Bauru
A história do Brasil em momento algum reconheceu a importância dos negros para a estruturação do país e nem o sofrimento negro que ao longo dos anos. O processo de abolição da escravatura não garantiu uma vida paritária entre as raças, visto que as diferenças políticas, sociais e econômicas permanecem presentes.
Cotas raciais na História
O pedido de políticas públicas que priorizem a inserção do negro na universidade é antigo, o MNU (Movimento Negro Unificado) pauta as cotas raciais desde sua fundação em 1978, já baseado em movimentos mais antigos que faziam o mesmo pedido.
Um marco para a aprovação das cotas raciais em universidades públicas foi a III Conferência Mundial Contra o Racismo, convocada pela ONU em 1997. O evento ocorreu nos anos 2000, e cada país deveria levar propostas concretas para o progresso da equidade racial, a proposta brasileira chamou atenção da mídia, levantando o tema das cotas raciais nas universidades.
O evento que aconteceu em Durban na África do Sul, foi importante para escancarar o racismo no Brasil e fomentar o debate sobre o progresso na paridade racial, onde também foi possível perceber que políticas de inclusão e diversidade seriam mais efetivas do que punição dos racistas.
O estado do Rio de Janeiro foi o primeiro a colocar a reserva de vagas para alunos oriundos de escolas públicas e pretos, pardos e indígenas na lei. Em 2003, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) foi a primeira no país a estabelecer cotas em seu vestibular, seguida pela Universidade de Brasília (UNB), primeira federal a fazer isso.
Em agosto de 2012 foi aprovada a lei de cotas no Brasil, a medida obriga as universidades, institutos e centros federais reservem metade de suas vagas para alunos de escola pública e uma porcentagem para pretos, pardos e indígenas. A aprovação da política pública veio depois de muitos anos de discussão e pressão de diversos lados.
Acesso a educação, mobilidade e direitos humanos
A educação tem como objetivo, o desenvolvimento do sujeito, garantindo o exercício da cidadania, além de ser um meio para progredir no trabalho e em estudos posteriores o que influencia as gerações futuras.
A presença de negros no ensino formal não é importante só para a democratização universidades, mas também para o próprio povo negro se reconhecer na cultura nacional e ser capaz de proporcionar debates e pesquisas no progresso da equidade racial e a qualificação no profissional que é um pilar na mobilidade social e determinante para o crescimento do país.
Vale lembrar que a política de cotas é uma ação afirmativa para a redução de danos, é uma medida de caráter emergencial e transitório, que deve sempre ser moldada conforme alteração no contexto histórico social.