Cecília Araújo, da resiliência ao pódio
Mulher, preta, potiguar, PCD, campeã mundial, Cecília está em busca do resultado inédito: a medalha em Jogos Paralímpicos
Por Tisbe Sereia e Pedro Ernesto
Cecília teve uma paralisia cerebral que afetou o lado esquerdo do seu corpo. Ingressou na natação como a maioria dos pcds em busca de tratamento, se apaixonou pelo esporte e aos 10 anos participou da sua primeira competição. De forma natural, migrou para o alto rendimento
Sua trajetória no esporte começou cedo. Ainda jovem mudou de estado para treinar em uma equipe paralímpica, buscando melhor rendimento e com 16 anos fez sua estreia internacional, nos Jogos ParaPan-Americanos de Toronto 2015.
Conquistou a tão sonhada convocação dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Não foi fácil para Cecília, que foi finalista dos 100m livre S8 ficando com a 6ª posição e quando nadaria sua principal prova, os 50m livre S8, em busca de uma medalha paralímpica, a atleta foi afastada por problemas de saúde.
Entre altos e baixos, com o apoio de seu técnico Antônio Luiz Cândido, da família, da amiga e nadadora paralímpica Raquel Viel, com muito treino, se consagrou campeã mundial no México em 2017 dos 50m livre S8 e vice-campeã nos 100m livre S8, na sua 1ª participação em campeonato mundial. Por dois anos consecutivos (2017 e 2018) foi considerada a melhor nadadora paralímpica do Brasil pelo Troféu Best Swimming. Conquistou medalhas no Parapan Lima 2019, ao todo sete sendo quatro de ouro, duas de bronze e uma de prata. Foi vice-campeã dos 50m livre S8 no mundial de Londres 2019.
No ano dos jogos Paralímpicos 2020, a atleta viajou para o Equador com o técnico e alguns colegas de equipe para treinamento em altitude. Próximo ao retorno, veio à tona a pandemia, aeroportos foram fechados e os atletas ficaram retidos no Equador, vivendo momentos de incerteza. Com tantos obstáculos, a nadadora poderia ter desanimado, mas o esporte ensina, como citou seu técnico em entrevista: “Tudo que acontece na vida de um atleta precisa servir para fortalecer”, afirmou Antônio Luiz, técnico de Cecília.
View this post on Instagram
Nessa Paralimpíada poderemos acompanhar os resultados de Cecília, para ela o mais importante é: “olhar para frente e buscar alcançar metas e ser cada dia melhor que o dia anterior”, e por fim:
“Espero sair feliz, com a sensação de que realizei o meu melhor e com a medalha”, afirma Cecília em entrevista.
Boa sorte e que seus sonhos sejam do tamanho da sua força Cecília Kethlen.
“Cecília pra mim é força, guerreira, poder”
View this post on Instagram
Texto produzido em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube.