Até quando eles ocuparão as ruas criminosamente sob silêncio das autoridades?
No último sábado, um grupo de cerca de 70 torcedores do Corinthians se reuniu na Avenida Paulista, em São Paulo, em protesto a favor da democracia e contra um grupo de bolsonaristas que pedia o fechamento do STF e reinstauração do AI-5 no Brasil. Em post publicado na Mídia NINJA, era possível ver uma grande […]
No último sábado, um grupo de cerca de 70 torcedores do Corinthians se reuniu na Avenida Paulista, em São Paulo, em protesto a favor da democracia e contra um grupo de bolsonaristas que pedia o fechamento do STF e reinstauração do AI-5 no Brasil.
Em post publicado na Mídia NINJA, era possível ver uma grande maioria de apoiadores comemorando a reação dos cidadãos diante da onda fascista crescente que ocupa as ruas no momento que o distanciamento social deveria ser seguido por pelo menos 70% da sociedade brasileira. No entanto, compreensivelmente, houve aqueles que criticaram a medida, uma vez que a ação reuniu um aglomerado de pessoas na contramão das orientações propostas pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
Diante da discussão, vem a pergunta: o que fazer quando quem respeita as medidas de isolamento e distanciamento social são aqueles que prezam pela Democracia? O que fazer diante da ascensão da onda fascista que saiu do armário direto pras ruas e para o noticiário nacional? Não deveria ser o Presidente da República o primeiro a sensibilizar a população para que se solidarizem ao momento que o país está vivendo, ao invés de apelar para medidas de anti empatia? Ou não deveriam as autoridades nacionais estar tomando medidas enérgicas contra os bastiões da morte que insistem em incitar a população contra medidas sanitárias adequadas ao que o momento pede?
Estou em isolamento social a quase 60 dias, sem sair de casa nem pra ir ao mercado. Aderi 100% as medidas propostas pelas autoridades de saúde e ciência tanto do Brasil quanto as internacionais, portanto, posso dizer com toda certeza que respeito profundamente a ciência, os profissionais de saúde na linha de frente do enfrentamento à pandemia, assim como às populações da periferia e em situação de alta vulnerabilidade mais suscetíveis aos efeitos letais da doença. No entanto, observar a disputa política que está em curso, em que as ruas estão sendo tomadas por forças antidemocráticas, egoístas e que só querem provocar o caos, me revolta de uma maneira profunda.
E pior, presidente incluindo na categoria serviços essenciais, academias, salões de beleza e barbearias num momento crítico que já batemos mais de 11 mil mortes e a curva crescendo é um atestado de que seu compromisso é de fato com uma minoria.
O vazio de medidas cabíveis contra aqueles que não se cansam de achincalhar a Constituição Federal expõe todos nós a todo tipo de arbítrio. E aqueles que gostariam de seguir suas vidas no combate exclusivo à pandemia são incitados a agir sob a luz da história. Em nota, o grupo formado em sua maioria por moradores da zona norte de São Paulo e com integrantes da Gaviões da Fiel, declararam que eles têm se reunido para entregar marmitex e cestas básicas nas comunidades periféricas, mas que “estávamos lá enquanto cidadãos brasileiros que avaliam o momento e têm a história da Democracia Corintiana como diretriz¨. Ou seja, se as autoridades estivessem agindo contra os arruaceiros bolsonaristas, certamente esses cidadãos não estariam nas ruas combatendo fascistas.
É hora das autoridades políticas deste país acordarem e agirem. Quem está na rua são eles, enquanto nós, seguimos aqui, confinados e inertes, diante da onda progressiva bolsonarista e radicalizada, que não parece ter hora pra acabar.