Por Mateus Reis

Campeão pan-americano, recordista sul-americano e top 3 do mundo nos 400m com barreiras, o paulista Alison dos Santos, de São Joaquim da Barra, vai para sua primeira olímpiada com a esperança de fazer bonito e voltar para o Brasil com a medalha no peito.

Nascido na periferia e tendo que se adaptar com marcas que levará pelo resto da vida devido a um acidente doméstico. Com menos de 1 ano de idade, Piu, como também é conhecido, se queimou com óleo quente, sofreu bullying e encontrou no esporte a possibilidade, através de um projeto social, de conquistar o mundo.

“Eu era muito introspectivo, não falava muito, tinha vergonha de tudo, tipo, na época eu não conhecia ninguém que treinava e eu não queria ir sem conhecer ninguém”, disse ao portal Globo. “Aí um amigo começou a treinar e fui com ele, achei divertido, muito nobre, muito fácil, fácil na questão de não precisar muitas coisas, só vai treinar e pronto. Eu sou muito competitivo, quando comecei a treinar, eu perdia pra todo mundo, aí eu falei, agora eu comecei isso aqui e vou treinar e depois que eu ficar bom nisso aqui eu vejo o que faço da minha vida, mas eu preciso ganhar do povo aqui, então pensei que era uma questão de honra, comecei a treinar por ser muito competitivo e fui pegando amor e gosto pelo esporte, foi mudando minha vida, fui gostando do esporte e das pessoas”.

Depois disso teve ascensão meteórica. Em apenas 5 anos, levou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, com um tempo de 48s45. Mais tarde, no Campeonato Mundial de Doha, no Catar, colocou o Brasil numa final de 400m com barreiras depois de 20 anos, na ocasião, o velocista terminou em 7º, batendo seu recorde pessoal.

De lá pra cá, Alison diminuiu quase 1 segundo da sua melhor marca – no atletismo isso é muita coisa! –, já se colocando no top 25 de melhores atletas da história da prova, com apenas 21 anos de idade!