A primeira grande geração do futebol feminino brasileiro faz sua última dança
O Brasil chega com time consistente para busca do inédito ouro olímpico, em despedida de estrelas de uma geração
Por Giulia Maquiaveli, Laura Bimbato e Sérgio Kendziorek
O futebol feminino estreou nos jogos olímpicos em Atlanta, 1996. A seleção brasileira iniciou sua participação com Meg, Marisa, Fanta, Suzy, Sissi, Pretinha, Roseli e Formiga. Marta participou da sua primeira olimpíada em 2004, na Grécia e comandou a seleção para a conquista da medalha de prata naquela edição, feito que se repetiu nas olimpíadas de Pequim em 2008, com Marta, Formiga e Cristiane, já como as grandes referências do time.
Este ano a seleção traz um encontro entre gerações. A incansável Formiga participa de sua última grande competição pela seleção brasileira aos 43 anos e não será a única dessa grande geração a se despedir. A rainha e grande nome do nosso futebol, Marta, aos 35 anos, é uma incógnita para os próximos desafios brasileiros. Além da artilheira Cris Rozeira, hoje com 36 anos, que não entrou para o elenco desta edição dos jogos olímpicos.
A troca de bastão ocorre em um momento de crescimento do futebol feminino no Brasil. Atualmente os melhores investimentos nos campeonatos nacionais e categorias de base fazem com que o futuro do nosso futebol esteja melhor preparado. Hoje contamos com as jovens Gio Queiroz de 18 anos, jogadora do Barcelona/ESP e Angelina com 21 do OL Reign/EUA entre as convocadas.
A seleção brasileira, apesar do processo de transição, chega com condições de brigar pelo título. A equipe comandada pela sueca Pia Sundhage ainda tem em sua comissão Aline Pellegrino como Coordenadora de Competições e Duda Luizelli como Coordenadora de Seleções. O time tem um estilo de jogo consistente, com pressão alta ou média a depender da adversária, mas apresenta certa fragilidade defensiva, principalmente pelas laterais.
Na parte ofensiva, a velocidade ajuda em contra-ataques fatais. Debinha, Bia e Ludmila se movimentam muito no ataque e recebem o auxílio da lateral esquerda Tamires, que se apresenta muitas vezes como ponta. Além da estrela de Marta com sua experiência tática, visão de jogo e seus chutes de fora da área avassaladores.
Durante a preparação olímpica, o Brasil fez 18 jogos, com 11 vitórias, 5 empates e 2 derrotas. Além dos períodos em que a equipe se reunia, para os treinos. Na era Pia, com certeza Debinha é a maior estrela. Aos 29 anos, é artilheira da seleção com 12 gols e conta com 17 participações em gols.
No primeiro jogo da competição, o Brasil derrotou a China por 5 a 0. Pia procurou ocupar mais o meio campo, colocando Duda no lugar de Ludmila e Marta um pouco mais a frente. A lateral direita ficou por conta de Bruna Benites que deu muito espaço para as chinesas. Talvez a Poliana dê mais segurança por ali contra as holandesas. Vamos aguardar a estratégia pensada por Pia, já que de Olimpíada ela entende. Já são dois ouros na carreira e que venha o terceiro.
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