A Era dos Inevitáveis ou Eles virão e nós, a Diversidade Criativa do Brasil, iremos!
Este século apresenta necessidades emergentes e soluções criativas que são inevitáveis para a nossa sobrevivência
Por Vinicius Alves-da-Silva* da Plataforma Fervo2k20.org para o Planeta Fora do Armário (Planeta FOdA)
O Secretário Geral da ONU, António Guterres, em seu discurso em Davos, usou um termo e uma compreensão que eu acredito serem as mais adequadas para nomear a era que o século XXI inaugura na experiência da vida humana: a Era dos Inevitáveis. Este século apresenta necessidades emergentes e soluções criativas que são inevitáveis para a nossa sobrevivência. Elas vêm sendo, há anos, acompanhadas, refletidas e tornadas possíveis na dimensão da experiência cotidiana da vida. São milhares de talentos, produzindo diferentes experiências há muitos anos e apontando uma diversidade de soluções locais, territoriais, regionais e globais aos desafios no campo ambiental, social e da governança.
A partir dos corações e mentes mais brilhantes das ciências, dos ativismos, movimentos e movimentações ambientais e sociais, nós produzimos ao longo do século XX (e até antes dele) um conjunto de experiências que foram disputadas a partir das relações sociais, ou seja, do cotidiano mais comum da vida. Assim como produzimos exemplos de governanças institucionais, com perspectivas desde a participação, representação até os direitos nos marcos dos regimes democráticos do mundo.
Enquanto filosofia (forma de pensar e agir sobre a vida) e/ou operação política (organização sistêmica da disputa de consciências sobre a vida), é fato que a aliança do colonialismo-capitalista-neoliberal e sua operação colonial-moderna-ocidental prosperaram, na disputa do que a Chantal Mouffe (2005)** chamou de marco ético-político da arena política.
Até quem teve uma (de)formação socialista ou comunista, a partir da convivência com organizações que tradicionalmente construíram agrupamentos e partidos de esquerda (como eu), vê, desde a entrada no século XXI até essa finalização do seu primeiro quarto de século, a democracia capitalista e neoliberal como horizonte mínimo, como marco ético-político a ser defendido inclusive por nós, para que as herdeiras das linhagens coloniais não tenham espaço para uma radicalização conservadora que destruiria não somente as nossas trajetórias de vidas, diversas em saberes e formas, como também destruiria o próprio mundo, tal qual vem sendo feito ao longo dos últimos séculos.
Aqui faço um especial destaque aos saberes ancestrais indígenas e dos povos em diáspora, que resistiram e disputaram, desde muito tempo, formas de pensar e agir sobre o cotidiano da vida desde antes da Era mais absurda da experiência humana. A Era de saqueamentos, sequestros, tráficos, catequização e escravização, de povos originários ou de povos e territórios da África, sobretudo subsaariana, trouxe condições fundamentais a um modelo civilizatório que atravessou séculos e chegou até os dias de hoje sendo deformado em suas essências desumanas a partir de muita luta, revolta e resistência das linhagens de nossas ancestrais. A cada avanço que nossas linhagens conquistaram, eles reagiram acionando a sua aliança filosófica e escalando as suas práticas, tendo como objetivo primordial manter a sua capacidade hegemônica de determinação da vida por meio da garantia de seus privilégios econômicos, raciais, sexuais, de gênero, etc.
Leiam aqui nós como sendo as herdeiras das linhagens de resistência às filosofias e às operações políticas dos donos dos meios e das condições de produzir desigualdades econômicas, raciais, sexuais, de gênero, de etnia, de religiosidade e de outras dimensões da vida. Nós, que não herdamos os meios de manutenção dos sistemas de produção de desigualdades sociais como forma de manutenção, na real, de privilégios, nós somos o outro do mundo projetado pelas opiniões, interesses e perspectivas da secular aliança colonial-moderna-capitalista-ocidental-neoliberal. Nós somos aqueles e aquelas nomeadas por eles e por algumas “elas” como sendo o que é obviamente diferente, mas estranhamente ameaçador a seu estilo de vida insustentável, desigual e plutocrático.
Esses seres, que sentem-se ameaçados e ameaçadas pelo avanço inevitável da nossa consciência sobre nós, sobre nossas trajetórias e histórias (Ciampa, 1996)*** e, com elas, da nossa igualmente inevitável vibração e capacidade de metamorfosear um conjunto das relações sociais e de governanças institucionais, vieram e até então, seguem vindo, como a posse do novo presidente dos EUA demonstrou ao mundo no encerramento deste primeiro quarto de século XXI. Essa linhagem marcou com a eleição e com o discurso de posse dele um campo de opiniões, interesses e perspectivas que se alinham sobre uma filosofia e operação política que toma como pressuposto e horizonte fundamental: o lucro acima da vida!
Esse fio inicial é para não termos dúvidas de que a linhagem histórica à qual Trump ou CEOs das bigtechs se alinham é a do colonialismo, que toma forma moderna pós revoluções religiosas e burguesas, europeias, de capitalismos etc… e que, assume diferentes nomes e qualidades a depender de qual posicionalidade do espectro teórico-político você se posicione. O que de fato eu contorno aqui é que existe uma historicidade nos discursos e narrativas do hoje, que se conectam a posicionamentos do ontem e projetam horizontes de amanhã – diferentes, óbvio, do que nós defendemos e construímos a partir de passos que, tal qual o da linhagem deles, vêm de muito longe.
A questão fundamental aqui é: eles virão, como sempre vieram. E nós? A professora Márcia Macêdo, do Bacharelado em Estudos de Gênero e Diversidade da Universidade Federal da Bahia, respondeu à pergunta de um “E agora?”, feita por uma colega de sala da turma da disciplina de “Gênero e Geração”, pós eleição de Bolsonaro no Brasil, com um “E agora que ‘Eles virão, e nós iremos!’”.
A resposta assertiva e direta da professora, formada em serviço social, sendo uma grande intelectual (e militante) feminista, foi muito confortante para mim naquele momento onde a eleição de uma representação dessa linhagem no Brasil havia sido eleita, esmagado a esperança de muitas de nós. Desde lá eu tenho utilizado essa frase em diferentes momentos onde novamente a esperança parece ceder espaço ao medo do que virá da parte deles, que sempre pensaram, agiram e operaram para oprimir o bem viver de muitos e manter uma boa vida para poucos.
Assim como a professora Márcia Macêdo ou o secretário geral da ONU, eu me alimento da outra história de esperança, que está sendo construída por nós a passos largos. Essa outra história, diferente do passado de nossas histórias de resistência e revoluções populares do fim da Era Moderna no último século, não se identifica mais exclusivamente num horizonte socialista ou comunista. Nosso horizonte filosófico ainda não tem nome. E talvez não deseje ainda ter! Contudo, a Era que atravessamos, me parece adentrar em um momento de decisões inevitáveis sobre a vida humana, cotidiana, de maneira local, territorial, regional e global. A Era dos Inevitáveis tem conseguido ser disputada, nesses diferentes níveis, pelo impulsionamento da ESG, enquanto filosofia corporativa e institucional, e em grande medida pela operação da articulação do bteam.org – este último, um conglomerado corporativo transnacional (aparentemente) preocupado com as questões ambientais, sociais e de governança.
O bteam.org, enquanto plataforma de operação corporativa e institucional, e a ESG, enquanto índice que pressupõe uma forma de pensar e agir do mundo corporativo e institucional, tomando como ponto de partida o equilíbrio ambiental e climático, a reparação social e a diversidade das governanças, nos parece a mediação contemporânea que concentra maior fôlego para a COP30 em novembro deste ano, na cidade de Belém do Pará, Amazônia brasileira.
Esses fóruns e operações globais não nos parecem estar dispostas a ceder no percurso de reconstrução dos nossos marcos de civilidade, que serão contornados inevitavelmente na COP30 este ano. Instituições públicas e privadas, do micro ao macro, do local, ao territorial, regional e global, deverão ser não mais convidadas a embarcar nesse novo ponto de partida comercial-corporativo-institucional global, impulsionado pela ESG. Eu acredito que um conjunto de relações sociais, nesse deferentes níveis, tendem a ser compulsoriamente reprogramados a um novo marco ético-político que tomará às considerações sobre as dimensões ambientais e climáticas, sociais e de governança, a partir de novos pressupostos globais. A inauguração de Redes, Fóruns, Fundações ou mesmo o giro feito nos últimos anos por diferentes conglomerados transnacionais não será esvaziado meramente pela opção de CEOs de bigtechs que estão mais interessados no lucro imediato, acima da possibilidade de vida contínua da humanidade. Eles irão fracassar!
As governanças locais e globais, de estímulo a um mundo corporativo que deve rever de maneira profunda suas práticas e políticas sobre diversidade, equidade e inclusão, mas também sobre impacto ambiental, social e nas governanças, tende a ser indexado como uma marca de competitividade no mercado global que o Novo Mundo fará emergir. Esse mercado, capitaneado sobretudo pela chamada Indústria Criativa, já comprovou em índices e indicadores globais o quanto, por exemplo, setores historicamente vistos como gastos, como as produções artísticas e culturais, são na real um grande vetor de desenvolvimento econômico e social, pois geram receita e alimentam o Produto Interno Bruto das nações pelo mundo ao tempo em que deslocam consciências e cotidianos a novos marcos de civilidade.
É inevitável a postura do bloco histórico da linhagem do colonialismo perceber essa movimentação e não apostar todas as suas fichas em um contraponto global. A fala de posse do Presidente dos EUA ou das bigtechs apontam para este sentido. Sua eleição representa a demarcação deste campo de opiniões, interesses e perspectivas oriundas da filosofia e operação do “lucro acima da vida” que têm se visto e desvantagem na correlação de forças globais, na disputa do modelo de civilidade do século XXI que a COP-30 este ano pretende remodelar. A aliança colonialista conseguiu amarrar importantes aliadas corporativas com às bigtechs, que comandam a interação social global por meio de aplicativos comerciais, mas elas o fizeram não como um xeque-mate no tabuleiro do xadrez que 2025 abriu. Antes, ela representa uma reação desesperada, embora extremamente acertada e poderosa, daqueles que não têm conseguido ter ressonância quando a conta avança para um mundo corporativo, institucional ou social global. Nós prosperaremos!
A regulação da internet (do que é seu uso e do que é seu abuso) torna-se aqui uma emergência civilizatória. Em que pese a nossa incrível capacidade de hackear a maré dos algoritmos, me parece muito arriscado contarmos ainda, única e exclusivamente, com essas ferramentas/plataformas de interação social. Em breve, quanto mais os fóruns de decisão global se aproximarem da data de sua tomada de decisão, me parece, intuitivamente, que será menos possível resistir por dentro das ferramentas das bigtechs a uma opinião alinhada com as experiências que o Novo Mundo tem feito emergir para a sobrevivência e prosperidade coletiva, nos apresentando outras possibilidades do viver ambientalmente sustentável, socialmente reparado e governado pela diversidade das nossas experiências humanas.
É urgente a necessidade global de se avançar não somente em regulações, mas no direcionamento de investimentos corporativos a soluções tecnológicas de comunicação local, territorial, regional e global, que não tenham como finalidade o lucro acima da contribuição para a vida cotidiana das pessoas. Esse desafio não me parece ainda estar tanto na boca do povo e portanto, no apelo popular mais emergente, quanto os desastres climáticos ou as lutas por reparação social e diversidade nas mesas de decisão das governanças já parecem ter avançado.
Pra galera das antigas, quando falamos de regulação da internet, a minha pergunta é: onde será nosso novo Internet Relay Chat (IRC)? Aquele que se apresentou como solução aos desejos de interação social virtual, iniciadas pelo ICQ, transmutadas e organizadoras do público de ferramentas de comunidades como o Orkut e desde lá migradas para o Facebook e Instagram. Como superar a capacidade e exclusividade que essas ferramentas vêm tendo na construção de ambientes de interação de diferentes sociedades? Será que o seu sucesso não nos aponta uma necessidade cada vez maior de montarmos uma espécie de Ágora Global? O que nós no Fora do Eixo e na NINJA, volta e meia, chamamos de “Comentariado”.
É preciso redimensionar o equilíbrio entre participação e representação neste século. Onde as sociedades do mundo se encontram e interagem? De que forma produzem uma espiral contínua de reconhecimento de novas necessidades e afirmação de novas consciências, possibilitando, com isso, a gestão de modelos de pensar, agir e operar a vida no mundo? As bigtechs conseguiram apresentar um produtor comercial que de alguma maneira responde neste sentido. Elas construíram ferramentas capazes de aglutinar o maior público global, retirando do usuário dessas redes a capacidade que o IRC nos dava de decidir de maneira mais direta o tráfego de informação, tanto a nossa, quanto a que nós desejávamos acessar. As plataformas atuais servem nos retiram essa liberdade de outrora e nos joga em um oceano de inseguranças digitais e físicas, de riscos e danos, em uma terra sem lei (chamada também de barbárie), direcionando de maneira tendenciosa os nossos desejos e com eles os nossos acessos a informações, produtos e oportunidades.
O problema fundamental do lado de lá é que elas representam um modelo de pensar e agir que nos enxergam como consumidores que precisam ser compulsória e compulsivamente estimulados a consumir mais do que precisam. Isso alimenta um desequilíbrio da cadeia de produção, circulação e consumo de mercadorias e serviços, impactando com isso, de maneira direta, há anos, o meio ambiente e o clima, as relações sociais, as governanças ao redor do mundo. Esse impacto ambiental, social e de governança, que deriva inevitavelmente da opção por um modelo de produção em larga escala e estímulo de um consumo compulsivo e compulsório, baseado e coordenado por estímulos do nosso inconsciente, nos levou a um desequilíbrio ambiental, climático, social, de representações, que já tem demonstrado de maneira muito impactante, em diferentes locais do mundo, o que o futuro regido por essa perspectiva nos reserva.
No Brasil o que aconteceu no Rio Grande do Sul foi uma prova disso. O que o calor tem feito em cidades ao redor do mundo, fazendo que governos, como o de Niterói, decretem o uso de bermudas para trabalhadores como motoristas de ônibus, táxis, aplicativos e servidores públicos municipais, é uma demonstração de como será inevitável a adoção das alternativas que nós temos há anos acumulado em experiência e saber como soluções ambientais, sociais e de governança. É esse momento que chegou na nossa história e na nossa vida cotidiana. É esse avanço inevitável que os herdeiros das linhagens coloniais temem, com toda razão, pois eles irão reconfigurar todo o mundo.
Eles virão, como sempre vieram, e desta vez será contra o avanço da nossa Era dos Inevitáveis…e nós iremos, a favor da inevitabilidade dos pressupostos de um Novo Mundo que são para nós inegociáveis e irreconciliáveis enquanto opinião, interesse e perspectivas sociais de presente que remodelam possibilidades de futuro!
O mundo precisa imprimir, de maneira absoluta, uma derrota histórica a quem tem apostado no lucro acima da vida. A revolta paradigmática desta Era é reposicionar o bem apontado como mais preciso pelas civilizações moderno-coloniais, ou seja, apontar a vida como o princípio que freia ou acelera qualquer decisão humana, inclusive o contorno do poder decisório que tem tido o lucro sobre o cotidiano da vida.
É nesse contexto que nós da Plataforma Fervo2k20.org temos em parceria com o Coletivo Modativismo buscado desenvolver ferramentas que auxiliem a institucionalizar essas perspectivas do Novo Mundo de maneira a criar soluções no presente que nos empurrem para esse horizonte de futuro. Nós, que somos fazedoras e fazedores de arte e cultura, criativas, temos buscado compreender as necessidades emergentes de profissionais e talentos, que serão desafiados a repensar suas práticas cotidianas nesse novo momento que a Era dos Inevitáveis, a partir e após a COP30, demandará.
Nós temos pensando estratégias que auxiliem na elevação da escolarização de setores por onde nossos saberes e práticas de resistência caminharam. Esses setores hoje, depois de muito esforço, têm sido lidos pelas lentes da Indústria Criativa como sendo práticas e saberes que impactam diretamente no Produto Interno Bruto (PIB) e por isso na receita das economias globais. É nesse contexto que nós da Fervo2k20 e do Modativismo temos apostando na ativação de uma estratégia chamada LaBI – Laboratório de Estudos e Tecnologias da Diversidade Sexual, Étnico, Racial e de Gênero, aliando as experiências de ensino, pesquisa e extensão de dois históricos e importantes núcleos de saberes e práticas dissidentes sexuais, raciais, étnicos e de gênero da Bahia, o NEIM-UFBA e o CEGRES-DIADORIM-UNEB.
Será a partir das tecnologias sociais e criativas desenvolvidas no interior desses núcleos e centros de pesquisa de universidades públicas do nordeste brasileiro que nós pretendemos refletir mais profundamente e operar sistematicamente o mapeamento e a solução à necessidades, opiniões, interesses e perspectivas dos saberes e práticas que até então remaram no caminho da resistência. Pretendemos mapear saberes, práticas e necessidades emergentes em três eixos que, na nossa opinião, contribuirão de maneira substancial com os desafios deste século. São eles os Artivismos, a Diversidade e a Inovação.
Percebemos aqui os Artivismos como o termo que tem conseguido aglutinar a produção de arte e cultura que toma como pressuposto o cuidado e o engajamento social. Artivismos, artes e ativismos, disputando o cotidiano das consciências sobre si e sobre o Novo Mundo. Aqui Diversidade assume um papel coringa: onde esse termo estiver nós acreditamos que ele serve ou dá espaço para acumular sínteses e acordos éticos e políticos sobre a escalada das medidas de reparação às vidas que foram mais afetadas e impactadas ao longo de séculos de pensamento, ação e operação pela manutenção das desigualdades econômicas, raciais, sexuais, de gênero, etc. A Inovação aparece aqui como uma forma de conectar essas movimentações, movimentos, talentos, saberes e práticas às necessidades emergentes também no mundo corporativo e institucional.
O bonde que caminha conosco na construção de uma cadeia produtiva ambientalmente sustentável, socialmente referenciada e diversa na sua estrutura de produção ao consumo, mesmo com toda ameaça anunciada na posse de Trump, precisa seguir firme, confiante, esperançoso e disposto a se posicionar nesse bom combate que está sendo travado neste momento, neste ano, sobretudo a partir da COP 30 e para além dos resultados possíveis dela.
É inevitável, na minha modesta opinião, que as economias já gerenciadas em algum grau por nossos talentos, tecnologias e ecossistemas sociais sigam disputando e acumulando forças no sentido, mínimo, da ESG. Nós em breve divulgaremos com o Planeta Fora do Armário a forma de você que nos lê colaborar com a construção do LaBI, fiquem atentas, atentos e atentes.
Enquanto isso, não nos deixemos abalar a ponto de ceder espaço da esperança para o medo. Nós seguiremos firmes, em marcha e multidão, colocando o bem viver como horizonte civilizatório e representante do diverso, do coletivo, do sustentável, do inovador, do reparatório, do meio ambiente, do outro mundo possível, da vida acima do lucro, em nível local, territorial, regional e global… até que todas sejamos livres, plenas e felizes!
Ire o (boa sorte)
Ibase (Orixá nos abençoe)
Ase o (E que assim seja!)
** Vinicius Alves-da-Silva é a assinatura de Vinícius Alves da Silva, 36 anos, candomblecista e iniciado no culto de Ifá há 9 anos, nascido e criado entre as periferias de Pau da Lima e Liberdade na cidade de Salvador. É artivista e pesquisador há 17 anos, sendo desde 2007, parte de diferentes coletivos, associações, movimentos, grupos e redes locais e nacionais de arte, cultura e pela Diversidade Sexual, Étnico, Racial e de Gênero no Brasil e na América Latina. É bacharel em Gênero e Diversidade (FFCH-UFBA), mestre em Estudos Feministas (PPGNEIM-UFBA, com dissertação indicada para publicação), doutorando em Direitos Humanos e Cidadania (PPGDH-UnB, com projeto de pesquisa aprovado em 1° lugar) e, desde Outubro de 2024, Pesquisador Visitante do NEIM-UFBA no Grupo de Pesquisa em Gênero, Arte e Cultura (GAC-NEIM-UFBA), sendo o Coordenador Executivo do projeto “Laboratório de Estudos e Tecnologias da Diversidade Sexual, Étnico, Racial e de Gênero (@LaBI.pos)”. Idealizou e é Líder do Grupo Operativo da Plataforma Fervo2k20.org, consultor da empresa VEREDAS: estratégias em Direitos Humanos, colaborador do Fora do Eixo desde 2011 e da Mídia NINJA desde 2013.
** Para entender melhor o conceito da Chantal Mouffe (2005) sobre democracias agonísticas, arena democrática, ética-política, sugerimos a leitura do artigo “Por um modelo agonístico de democracia”, disponível no site https://www.scielo.br/j/rsocp/a/k5cVRT5zZcDBcYpDCTxTMPc/ acesso em 24 de janeiro de 2025.
*** Para entender melhor o conceito de identidade como a construção da consciência sobre si e a afirmação consciente como processo de metamorfose, de predicação da vida, sugerimos ler o autor desses conceitos e desse entendimento sobre identidade, o psicólogo Antônio da Costa Ciampa (chamado em meu estudo de Velho Ciampa), grande psicólogo social e pesquisador brasileiro que nos deixou há poucos anos. Sugerimos a leitura do seu livro, fruto da sua tese, que está disponível de maneira totalmente gratuita pelo site https://www.academia.edu/36531274/A_est%C3%B3ria_do_Severino_e_a_hist%C3%B3ria_de_Severina_CIAMPA acesso em 24 de janeiro de 2025
*** Agradeço a @jucinara.reis, bolsista do projeto LaBI, pela revisão final.