“A comédia quebra uma parede gigante que separa as pessoas”, diz ator Johnny Klein
Na entrevista de hoje, Johnny Klein fala sobre a carreira, o poder do humor, a pauta racial e o seu propósito como artista
Para a artista e pensadora da dança Gal Martins, a revolução precisa ser estética. O convidado de hoje também é artista e entende a importância da estética para podermos modificar o status quo. Seu super poder? A comédia. Johnny Klein é ator, diretor e criador de conteúdo. O artista, que tem mais de 16 anos de carreira, vem fazendo sucesso na internet com vídeos de humor e já soma alguns trabalhos de destaque na televisão. Klein começou sua carreira na internet em outubro de 2015 com o objetivo de tirar um sorriso do rosto das pessoas. Na entrevista de hoje, ele fala sobre a carreira, o poder do humor, a pauta racial e o seu propósito como artista.
Vem conferir! Com vocês, Johnny Klein:
André Menezes – Meu querido, o que te move?
Johnny Klein – O que me move são meus sonhos, as coisas que eu quero alcançar, a minha sede de atuar me impulsiona a persistir nessa profissão de ator mesmo com tantos desafios, a vontade de vencer na vida, de conseguir algum dia ajudar todos que estão ao meu redor e meus familiares que precisam. Essas são algumas das coisas que me fazem acordar todo dia e seguir em frente.
André Menezes – Como a comédia pode ser uma arma poderosa contra o racismo?
Johnny Klein – A comédia quebra uma parede gigante que separa as pessoas, e quando a gente ri junto fica mais fácil se conectar e entender reciprocamente, mesmo com todas as nossas diferenças. Acho também que a comédia abre espaço para gente falar de coisas sérias de forma mais leve, mas que não deixam de fazer as pessoas pensarem e refletirem. Assim, a comédia acaba sendo essa arma poderosa contra o racismo, pois ela empodera uma pessoa preta, permitindo que ela controle sua narrativa e seja representada da forma como ela quer ser vista.
André Menezes – Quais trabalhos você tem mais orgulho de ter feito até aqui?
Johnny Klein – Já fiz muitos trabalhos na minha vida e tenho muito orgulho de cada um, pois fizeram parte da minha trajetória e me ajudaram a chegar onde eu estou hoje. Mas em especial tenho muito orgulho de ter feito a série da Wolo TV, “A Casa da Vó”, com elenco e equipe quase 100% preta, uma raridade de acontecer no Brasil, pelo menos pela experiência que eu tenho no audiovisual. Foi um projeto lindo e divertido que me deixou extremamente feliz. Tenho muito orgulho de fazer também o “No Corre” que é o trabalho que eu mais tive exposição até o momento, que além de ter um elenco muito massa, ainda tive a honra de trabalhar com Edgar Vivar (o Sr Barriga), algo que vai ficar marcado na minha vida pra sempre, pois eu cresci assistindo Chaves.
André Menezes – Você acha que a pauta racial avançou no Brasil?
Johnny Klein – Eu acho que a cada dia a pauta racial no Brasil vem sendo mais discutida, o que é bom para ela avançar, acredito que muitas coisas tenham mudado e melhorado, mas, ao mesmo tempo, eu fico com essa sensação de que tudo apenas está camuflado e não estamos tendo uma mudança de verdade ou significativa.
André Menezes – Qual legado gostaria de deixar?
Johnny Klein – O legado que eu gostaria de deixar é o de ter inspirado e impactado positivamente a vida das pessoas ao meu redor. Quero ser lembrado como alguém que dedicou sua vida a fazer a diferença, que espalhou alegria. Sou uma pessoa muito positiva e amo espalhar essa positividade. Espero deixar um mundo um pouco melhor do que encontrei.