ONU investiga violações dos direitos humanos contra mulheres e meninas palestinas
Os especialistas também expressaram preocupação com o paradeiro desconhecido de um número indeterminado de mulheres e crianças palestinas após contato com as forças israelenses
Especialistas das Nações Unidas manifestaram séria preocupação diante das alegações de flagrantes violações dos direitos humanos enfrentadas por mulheres e meninas palestinas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Relatos alarmantes sugerem que mulheres e meninas palestinas foram alvo de execuções arbitrárias, detenções arbitrárias em massa, tratamentos desumanos e degradantes, agressões sexuais e desaparecimentos forçados.
De acordo com informações recebidas pela ONU, mulheres e meninas palestinas foram executadas arbitrariamente em Gaza, frequentemente acompanhadas por familiares, incluindo seus filhos. Esses atos brutais foram descritos como ataques deliberados e assassinatos extrajudiciais, ocorrendo enquanto as vítimas buscavam refúgio ou tentavam fugir. Algumas vítimas seguravam pedaços de pano branco como sinal de rendição quando foram mortas por forças israelenses.
Os especialistas da ONU expressaram grave preocupação com a detenção arbitrária de centenas de mulheres e meninas palestinas desde outubro, muitas das quais são defensoras dos direitos humanos, jornalistas e trabalhadoras humanitárias. Relatos indicam que essas detidas foram submetidas a tratamentos desumanos, negação de itens básicos como absorventes menstruais, alimentos e medicamentos, além de serem severamente espancadas. Além disso, houve alegações perturbadoras de agressões sexuais, incluindo estupro, e ameaças de violência sexual contra mulheres e meninas palestinas detidas.
Os especialistas também expressaram preocupação com o paradeiro desconhecido de um número indeterminado de mulheres e crianças palestinas após contato com as forças israelenses, incluindo relatos de transferência forçada para Israel e separação de crianças de seus pais.
Em resposta a essas alegações, os especialistas pediram uma investigação independente, imparcial, rápida e eficaz, instando Israel a cooperar plenamente com tais investigações. Eles destacaram que os alegados atos podem constituir graves violações dos direitos humanos internacionais e do direito humanitário, possivelmente equivalentes a crimes graves sob o direito penal internacional.
Os especialistas fazem parte dos Procedimentos Especiais do Conselho de Direitos Humanos da ONU, um órgão composto por peritos independentes que monitoram e investigam violações dos direitos humanos em todo o mundo. Eles atuam de forma voluntária e independente de qualquer governo ou organização, buscando assegurar que as vítimas e suas famílias obtenham justiça e reparação integral.